domingo, 24 de novembro de 2013

GANHADORES 5º CONCURSO “POETIZAR O MUNDO”

Agradecemos aos jurados:
o editor do Instituto Memória, escritor Anthony Leahy, poeta Andreia Carvalho Gavita, editora da revista literária Mallarmargens e editora multimídia em Revista Zunái, o poeta, escritor e gestor cultural Daufen Bach, editor da revista virtual Biografias, e o poeta e escritor Jocelino Freitas.

1º Lugar


IMPRESSÃO AOS DEFUNTOS DO LAGO NATRÃO


Eu vi, nos olhos calcificados de um pássaro morto
O mesmo desespero opaco
Achados no olhar de um menino de rua.
Eu olhei fundo e vi medo
O Nada refletido em um punhado de pó.

Felipe Hack de Moura de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Estudou Publicidade e Propaganda na PUC-RS, atualmente estuda letras na UFRGS, já participou de oficinas literárias com os escritores Charles Kiefer e Paulo Kralik. Na oficina de Kiefer, em um concurso interno de contos, ficou no primeiro lugar.


2º Lugar
NÃO ESTOU EM CASA
Angústia
Habitar o mundo
Não meu habitat

Andreas Gonçalves Lind é natural de Lisboa, graduado em Economia e Filosofia, atualmente estuda Teologia em Roma.


3º Lugar
NECROSE
Ainda vivo
(e) morro
por sua
ausência
(presente em mim).

Paulo Franco: Reside em Ribeirão Pires-SP, tem 53 anos, casado, 2 filhos, é professor, formado em Letras e em Pedagogia e Pós-graduado em Docência para o Ensino Superior. Tem 8 livros publicados.

Menção Honrosa

AMOR-TECE
Esse samaritano coração

em cada renegada pétala,

em cada desprezado grão:

borda-se ínfima descoberta,

cultiva-se avessa plantação.

Jeferson Alves Bandeira, de Curitiba/PR, 33 anos, formado em Letras pela UFPR. Possui alguns livros publicados, entre eles o livro-baralho Agonias Ilustradas, que é uma réplica de uma caixinha de baralho, lançado em 2012. É um cara que acredita no poder que carrega em si a escrita. Ao se escrever, nos inscrevemos no mundo. Ao lermos, reforçamos essa inscrição. Se a literatura é um sistema, que nunca seja de opressão.

Menção Honrosa
PERGUNTANDO AO DEMO
- O que tem dentro de mim?
- Não tem nada, desgraça!
- E o que tem dentro de si?
- Não tem nada de graça.

Giovanna Carla Silva de Oliveira possui dois livros publicados: Outro Dia (2002) e Mesmo Assim (2008). Conquistou alguns prêmios em concursos literários e publicações em coletâneas. Já participou de saraus e recitais, como na I Bienal Internacional de Poesia de Brasília e Bienal do B – Poesia de Rua (T-Bone). Giovanna Carla é editada pela EMI Publishing Brazil e é membro correspondente da Academia de Letras Rio – Cidade Maravilhosa e da Academia Marataizense de Letras. www.giovannacarla.com.br

Menção Honrosa
URUBUS
As asas
sobre as casas
em brasas.
Moro no morro.
Onde todos os dias, eu morro.

Cleberton Oliveira Garmatz
Escreve o blog: http://triboanacronica.blogspot.com

Menção Honrosa
SIGO
Sigo colinas
E depois o luar
Uma voz
E um grito
Saudade
Gilcéa Rosa de Souza é Licenciada e Bacharel em Letras – Português/Inglês e pós-graduada em Língua Portuguesa, Planejamento Educacional e Educação Especial Inclusiva com Ênfase em Deficiências. É professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Atualmente cursa Biblioteconomia na UFES. Através da poesia teve a oportunidade de tomar posse como membro-correspon­dente da Academia Calçadense de Letras (ACL), da Academia Mateense de São Mateus – AMALETRAS e é membro efetivo da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras (AFESL). Em 2012 publicou Versos Inver­sos (poesia) e Reflexos do Outono (e-book de poesias).

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Lançamento: Escrevendo crônicas


Crônica é um gênero literário que desperta o interesse das pessoas por falar de assuntos quotidianos. O Instituto Memória lançará em 29 de outubro, 19 horas, no Palacete dos Leões, Av. João Gualberto, 530, Alto da Glória, Curitiba, o livro "Escrevendo crônicas: dicas e truques. Entrada franca.

domingo, 13 de outubro de 2013

HOMERO GOMES E A ARTE POÉTICA

Curitiba é uma cidade rica em produções literárias e artísticas. Sobre os poetas,  um professor falou que “moram à sombra do grande Leminski”. Muitos poetas, na atualidade, estão desenvolvendo uma linguagem própria, entre eles destacamos o trabalho de Homero Gomes. Ele é autor de “A Solidão de Caronte” e participará da antologia “Fantasma Civil”, organizada por Ricardo Corona.  O livro será lançado em 21 de outubro, 17h, no Palacete Wolf, Praça Garibaldi, 7 - Setor Histórico de Curitiba.

Entrevistamos Homero Gomes para conhecer melhor a sua trajetória no mundo da literatura.
A antologia Fantasma civil, organizada pelo poeta Ricardo Corona para a Bienal Internacional de Curitiba 2013

Homero, quando começou a escrever poemas?
Comecei no século passado, mas ainda não imaginava que assumiria essa atividade com tanta seriedade. Há pouco mais de quinze anos, sentava e escrevia como quem passava o tempo ainda adolescente. Muito poema foi para o lixo, muitos ficaram como registro do que não devo nunca mais fazer.

Cada poeta usa recursos diferentes. Quais são os recursos que você mais valoriza na escrita poética?
Como escrevi no ensaio Maldição da Leitura, publicado no jornal Rascunho, “talvez a literatura só traga mais caos à vida que já é turbulenta por natureza”, e é essa natureza, essa turbulência da vida, o sofrimento, a tristeza, a solidão, o desespero, a crueldade, a morte, os recursos que utilizo para escrever meus poemas. É na vida que penso.

Como você definiria o seu estilo?
Mesmo focado na vida, na natureza do ser humano, a voz dos meus poemas não é coloquial. Pode parecer contraditório isso, mas é assim. Desenvolvi uma voz muito imagética, narrativa, encantatória. Ou como disse Fernando Monteiro na quarta-capa de Solidão de Caronte, uma “poesia reflexiva que caminha para o cinzento da angústia contemporânea”.

 
Qual caminho segue para construir seus poemas? Você parte de uma ideia, de uma imagem, de uma palavra?
De uma preocupação, de um incômodo a respeito de algo que eu tenha visto, que tenha ouvido ou vivenciado. A partir dessa moléstia, penso em imagens, em sequências de ações, a partir delas as palavras vão surgindo guiadas pela narratividade própria da voz poética que desenvolvi. Voz que se permite impregnar-se de elementos estrangeiros como a filosofia, a religião e a mitologia, como bem lembrou Carlos Felipe Moisés, na orelha que escreveu para o livro, “poesia às vezes discreta, às vezes ostensivamente impregnada de seriedade e de filosofia, com a mediação da tradição bíblica ou do recurso à mitologia”.


Fale sobre o seu novo livro “Solidão de Caronte” – Como surgiu o título? Qual a orientação dos poemas?
O título do livro remonta não apenas à figura mitológica do barqueiro, mas à solidão a qual ele está condenado. Metáfora que Micheliny Verunschk identificou, relacionando-a a função de todo poeta, pois “não é por acaso que o livro se inicia com Sísifo e conclui com Prometeu, ambos mitos que reverberam o ofício da poesia”. Entretanto, não apenas aos poetas, mas aos seres humanos amaldiçoados a sofrerem sozinhos as suas angústias e tristezas.

Os poemas do livro são irmanados em temas e numa voz que não sou eu, mas com a qual me identifico. Sou muito criterioso, por isso, publiquei depois de tanto tempo e, também, restringindo ao máximo a quantidade de poemas no livro. O tempo, no final das contas, não importa. Sou poeta bissexto, sou escritor de final de semana. Pelo menos, por enquanto. Mas sou leitor em tempo integral, porque, assim como o Borges, me orgulho mais daquilo que li do que daquilo que escrevi.

Entrevistadora: Isabel Furini
Isabel Furini é escritora e poeta premiada. Autora do livro de poemas “Os Corvos de Van Gogh”. Contato: isabelfurini@hotmail.com

 

MARCOS CORDIOLLI E O MUNDO DOS LIVROS

Nosso entrevistado é Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba. Marcos é graduado em História (UFPr, 1988) e mestre em Educação: história e filosofia da educação (PUC-SP, 1997). Professor universitário de graduação (desde 1994), de especialização latu senso (em mais 20 IES); palestrante e conferencistas; consultor técnico de publicações didáticas; publicou artigos, livros e materiais didáticos; É autor de Sistema de ensino e políticas educacionais (Editora IBPEX); cineasta, produtor associado do filme O Sal da Terra (Brasil, 2008) de Eloi Pires Ferreira; diretor de produção de Conexão Japão (Brasil, 2008); produtor executivo de Curitiba Zero Grau (Tigre Filmes e Labo).

Você gostava de ler quando era criança? Quais eram seus livros preferidos?
Eu leio com regularidade desde os oito anos de idade. E lia de tudo na adolescência e juventude. Incentivado (ou obrigado) pelos professores li obras de Monteiro Lobato e Machado de Assis. Também lia diversas histórias em quadrinhos. Cultivei o hábito de ler dicionários e enciclopédias (lendo verbetes aleatórios ou então seguindo as remissões dos próprios verbetes).

Das obras significativas, eu li a Eneida de Virgílio, com 10 anos e A República de Platão no ano seguinte. Eu também frequentava regularmente a Biblioteca Pública de Maringá, um dos locais muito fortes em minhas memórias de infância.
Uma referência importante nesse período foi o professor Galdino Andrade. Um escritor, que foi meu professor no primeiro ano do Ensino Médio (usávamos o livro do Geraldo Mattos). Dele eu li e guardo até hoje o Poeira Vermelha. Também li o Terra Molhada escrito por um goiano chamado Sidnei Pimentel, que presenteou o meu pai com um volume dessa saga familiar.
A minha primeira remuneração com 17 anos foi integralmente utilizada para adquirir a coleção da Editora Abril com os grandes clássicos da literatura.  E desde então leio com regularidade ao menos um livro por semana. Mesmo em momentos de grande tensão ou de muito trabalho sempre libero tempo para a literatura. Hoje estou tentando adquirir o hábito de ler no computador e no tablet. Mas não paro nunca de ler.
 

Qual é seu gênero literário preferido: conto, crônica, poesia, novela ou romance?
Eu leio todas essas literaturas. Os romances, novelas, contos, crônicas e poesias com regularidade. Eu também gosto de ler as crônicas publicadas na imprensa. Os meus autores preferidos são o José Carlos Fernandes, que publica às sextas-feiras na Gazeta, é um dos meus rituais, e a Claudia Wasilewski que leio na Revista Ideias.


Se tivesse que passar seis meses sozinho em uma ilha deserta, qual livro levaria?
Sem dúvidas: os três tomos das obras completas do Jorge Luis Borges. E se fosse só um título levaria o Ficções, dele.


Qual é o seu caminho para escrever uma crônica? Você inicia com uma palavra, uma imagem, uma lembrança?
Escrever crônicas sobre acontecimentos autobiográficos é um tanto complicado e me coloco em questionamento sobre o que de minha vida pode interessar a outras pessoas. Comecei escrevendo sobre as minhas viagens. Depois combinei viagens com experiências gastronômicas.
Eu tento produzir diversas crônicas ao mesmo tempo a partir de um tema comum. As primeiras foram da minha relação com a gastronomia e apreciação dos alimentos pelo paladar. Reuni histórias das minhas memórias afetivas das boas experiências com o paladar e fui formatando as crônicas. Agora estou ensaiando a produção de crônicas com histórias pitorescas que reuni ao longo da vida.

 
Fale sobre os novos projetos. Você tem a intenção de publicar algum livro de crônicas, além da participação em coletâneas?
Eu tenho publicado ensaios em áreas diversas. Eu estou com um romance e uma coleção de contos em processo de produção, mas que ainda estão longe do prelo. E estou reunindo crônicas para uma publicação.

Isabel Furini é escritora e poeta premiada. Autora dos livros “Joana, a Coruja Filósofa” e “O grande poeta”, para o público infantil. Contato - e-mail: isabelfurini@hotmail.com

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PARIS SEMPRE É UMA FESTA


                Nesta época, na qual é tão fácil publicar um livro, é difícil encontrar um bom livro de crônicas. Ou seja, um livro interessante e bem escrito. Por isso chama a atenção dos leitores o lançamento de Evandro Barreto, Na Mesa Cabe o Mundo – De Paris ao bar da esquina, o gosto que a vida tem (Conexão Paris Editora, 2013, 134 p). O autor conseguiu imprimir um ritmo excelente às crônicas. Não é preciso esforço para realizar a leitura da obra – e isso é um trunfo para qualquer cronista.

                Já o escritor americano Ernest Hemingway eternizou essa fascinação que a cidade de Paris desperta nas pessoas com o livro “Paris é uma festa”, e Barreto, com um espírito mais prático, nos mostra a Paris da gastronomia requintada e até compartilha endereços para que os leitores viajantes possam conhecer esses locais.

A obra foi escrita de maneira estratégica, pois o autor desperta a curiosidade dos leitores falando de Paris, de gastronomia, de vinho, e até dando um pulinho na Inglaterra para informar em uma crônica que até Shelock Holmes comia lá. Vejamos um fragmento: “(...) Simpson’s-in-the-Strand. Integrado ao Hotel Savoy, de Londres, o Simpson’s existe desde 1828 e serve o roastbeef mais famoso do mundo, maturado por 28 dias e levado à sua mesa em carrinhos cobertos por grandes tampas de prata com mossas centenárias. O veículo é pilotado por um especialista no assunto, que parece trabalhar na casa desde a fundação”. Evandro Barreta dá uma pequena lista, para não cansar o leitor, de pessoas que passaram pelo local: “Segundo registros insuspeitos de Sir Arhur Conan Doyle, Sherlock Holmes era cliente assíduo”.

                As crônicas são ágeis e cativantes. Elas convidam à leitura. A linguagem é clara e o mérito de Barreto é não se deter demais nos assuntos. São textos de viagens e têm o movimento, a cor, o entusiasmo de uma viagem: “... antes de tomarmos na estação de Saint Pancras o trem que nos donduziria de volta a Paris em duas horas e poucos minutos, pelo Euro-tunnel.” Podemos perceber nesses pequenos fragmentos que a escrita acompanha o ritmo das viagens. Lendo surge a sensação de estar visitando esses locais, seja pela primeira ou pela vigéssima vez.

O viajante não é só o autor, mas também o leitor. Sim, o leitor é o convidado especial, ele contempla paisagens, saboreia bebidas, reconhece o sabor da boa gastronomia. “Meu caso de amor com os mexilhões começou na infância... Mais tarde vieram os mariscos da Catalunha”. Barreto sabe cativar o leitor, fazê-lo viajar nas palavras. Acontece que ele é publicitário e conseguiu passar o dinamismo e o olhar atento dos profissionais da publicidade aos textos.

Se você está acostumado a viajar ou se está preparando a primeira viagem à Europa, esse livro é leitura obrigatória. E se quer visitar esses locais com a imaginação, o livro também proporciona referenciais, dados, pequenos detalhes que ajudam a fazer a viagem maravilhosa. E talvez o mais importante é que terminamos a leitura com aquele desejo de ler novamente algumas das crônicas. Como um bom vinho o sabor dos textos permanece na memória.

                 “Na mesa cabe o mundo” tem um trabalho gráfico aparentemente simples, mas muito bem elaborado e revela a técnica usada no livro: simplicidade, detalhes eloquentes, enumerações precisas, enfim, um livro feito com muito cuidado para conquistar leitores. O livro pode ser adquirido no site:http://www.conexaoparis.com.br/produto/na-mesa-cabe-o-mundo

Isabel Furini é escritora e poeta premiada. Já estão abertas as inscrições para a oficina “Como escrever contos para crianças” no Solar do Rosário, fone (41) 3225-6232. Contato: isabelfurini@hotmail.com,

CONTO E CRÔNICA, GÊMEOS UNIVITELINOS?

Conto e crônica são considerados gêneros de fácil execução, por isso atraem os principiantes.  Em “O Livro do Escritor” (Editora Instituto Memória, 2009), ao analisar os contos, falei: “Escrever contos é uma boa opção para iniciantes. O trabalho conclui-se mais rápido. A ansiedade termina em pouco tempo. Isso pode criar a falsa ideia de que escrever um conto é uma tarefa menor: talvez insignificante. Critério errado. A estrutura do conto não é mais simples do que a do romance. É diferente. Escrever um bom conto é difícil.”

Mas afinal quais são as características de um bom conto? O conto, como qualquer texto ficcional, cria um universo paralelo. E esse universo deve ser plausível. Alguns dizem que um bom conto é aquele que o leitor lê sem parar, quase sem respirar. Um conto precisa de uma narrativa intensa, de tensão. No conto tudo se encaminha para o desfecho, o escritor não tem tempo de tratar de assuntos laterais. O conto é curto e condensado.

Cortázar dizia: “O conto está para a fotografia como o romance está para o cinema”. Mas o que é importante numa fotografia? Para fazer uma fotografia artística é preciso determinar vários elementos, entre eles: enquadramento, luz, definição, proximidade. Pois bem, o mesmo acontece com o conto. Exige enquadramento, ou seja, limitação do assunto, de personagens e de ambiente. Assim como um fotógrafo, o contista se pergunta qual será o melhor efeito, se deve iluminar mais a figura central ou iluminar um lado e deixar o outro às escuras. Qual ângulo dará a melhor perspectiva? Qual dará mais profundidade? No conto, a perspectiva do personagem e a profundidade que pode alcançar são elementos que enriquecem a narrativa.

E a crônica? Já foi considerada um gênero híbrido por flutuar entre a literatura e o jornalismo. A crônica tem pontos em comum com o conto. As duas são narrativas curtas. Além disso, a crônica também admite personagens, o que a torna muito semelhante ao conto.

Então, quais são as diferenças? Enquanto o conto admite enredos infinitos, a crônica focaliza assuntos cotidianos. O conto admite vários incidentes. A crônica, só um incidente. A característica marcante da crônica é o ponto de vista, a opinião, o comentário, elementos que o conto dispensa. Não é raro confundir os dois gêneros. Isso acontece muito e provoca longos debates em concursos literários. Porque enquanto alguns consideram que a crônica deve ser simples, tão simples que qualquer elemento enriquecedor tira a sua característica de crônica, outros acham que a crônica é um gênero oceânico, permite qualquer tipo de abordagem.

Desse modo, podemos concluir que conto e crônica não são gêmeos univitelinos. E o que exigem do escritor? O conto exige unidade, além de criatividade. Já a crônica exige o poder de observação. O cronista é um ouvinte. Ele escuta frases, fragmentos de conversas na rua, na fila de banco, no restaurante. Como falou Rubem Braga, o cronista olha o mundo com os olhos de um poeta ou de um bêbado.

Uma característica: os dois gêneros parecem fáceis de trabalhar. Como são gêneros rápidos, dão a falsa impressão de que é só sentar ao computador e é possível escrever crônicas e contos excelentes. Mas não é assim. Esses estilos requerem análise microscópica. É preciso, depois de escrever, trabalhar cada parágrafo, cada frase.

Como fala o aforismo: a crítica é fácil, a arte é difícil.
Isabel Furini é escritora e poetisa premiada.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

5º CONCURSO DE POESIA "POETIZAR O MUNDO" – Modalidade: Minimalista



5º CONCURSO DE POESIA "POETIZAR O MUNDO" – Modalidade: Minimalista

Organizadora: escritora e poeta Isabel F. Furini, autora de "Os Corvos de Van Gogh".

1) O Concurso de Poemas tem como objetivo estimular a produção literária e é destinado a todas as pessoas maiores de 18 anos que apresentem um poema minimalista inédito e escrito em português.

2) O tema é livre, a inscrição é gratuita e poderá ser feita de 15 de agosto/13 até 15 de outubro/13.

3) Cada concorrente poderá participar com apenas um poema minimalista (até 5 versos ou linhas).

4) O poema deverá ser inédito (ou seja, ainda não impresso em papel, nem publicado na internet), que não tenha sido premiado em outro concurso. Enviado no corpo do e-mail: isabelfurini@hotmail.com, sem anexo, escrito em língua portuguesa, digitado em espaço 2 (dois), com fonte Arial, tamanho 12 (doze).

5) Consideram-se inscritas as obras enviadas pelo e-mail: isabelfurini@hotmail.com
Em "assunto": 5º Concurso de Poesia: "Poetizar o Mundo".

6) Deverá constar no final: o título do poema, nome completo do autor, seu endereço, e-mail, telefone e 4 ou 5 linhas de currículo.

7) A comissão julgadora será composta por três jurados: o editor do Instituto Memória, escritor Anthony Leahy, a poeta Andreia Carvalho Gavita, editora de sou editora da revista literária Mallarmargens e editora multimídia em Revista Zunái e o poeta, escritor e gestor cultural Daufen Bach, editor da revista virtual Biografias.

Premiação: o primeiro lugar receberá troféu e diploma. O segundo e terceiro lugares receberão diplomas. Poderão ser escolhidas até três Menções Honrosas, que também receberão diplomas.

9) O resultado do concurso será divulgado em sites literários da Internet e no blog: http://www.isabelfurini.blogspot.com/ - e Falando de Literatura, do Bonde News.

10) O resultado será divulgado no mês de novembro/13. Na ocasião, também serão homenageados com medalhas comemorativas três personalidades que trabalham em prol da cultura, Jô de Oliveira, fundadora do grupo Artes sem Fronteira, o poeta e contista Benilson Toniolo (Secretário de Cultura de Campos do Jordão) e o jornalista e escritor Willy Schumann.

11º) O encaminhamento dos trabalhos na forma prevista neste regulamento implica concordância com as disposições nele consignadas.

quinta-feira, 25 de julho de 2013




COMO ESCREVER E PUBLICAR UM LIVRO

Início 06 de agosto/13 - Solar do Rosário


Incentivar a leitura e a escrita, valorizar a criatividade e a criação literária. Estudos de gêneros literários e técnicas de ficção. Como criar personagens marcantes. Ambientação. Análise da linguagem literária. A estrutura do livro de ficção.

Professora: ISABEL FURINI

Data: Agosto a Novembro de 2013

Horário: 19h às 21h

Inscrição: R$ 35,00

Preço: R$ 220,00 a mensalidade

Dia(s) Semana: 3ª feira

Para participar a idade mínima é de 16 anos de idade.




Isabel Furini lançará o livro Como escrever um livro – Técnicas para escrever contos, da editora InVerso de Curitiba, em 24 de agosto, no horário de manhã, no Solar do Rosário.


sábado, 20 de julho de 2013

1º Salão de Artes Plásticas Carlos Zemek

SALÃO DE ARTE

Estremecem-se os cinco sentidos,
as telas brilham nas retinas
e um turbilhão de emoções
desperta constelações
de sonhos que fascinam.


Poema de Isabel Furini

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Entrevistado: escritor Guido Viaro



CONFISSÕES DA CONDESSA BEATRIZ

 O livro “Confissões da Condessa Beatriz de Dia”, de Guido Viaro, foi lançado em Curitiba no dia 15 de maio e reuniu escritores, jornalistas e amantes das letras. Guido Viaro é o mais jovem membro da Academia Paranaense de Letras, ocupa a cadeira número 14. Formado em Letras, ele é homônimo do seu avô, o pintor ítalo-brasileiro Guido Viaro. É autor de onze romances: O Quarto do Universo, Glória, A Mulher que Cai, A Praça do Diabo Divino, Embaixo das Velhas Estrelas, No Zoológico de Berlim, Flores Coloridas, A Floresta Simbólica, A Revelação Frutosa, O livro do Medo e Confissões da Condessa Beatriz de Dia. O próprio autor diz que, em suas obras, “os temas comuns são exames de consciência, personagens quase sempre sem nome, sem relações com outros personagens, que buscam explicações dentro de si, mostram seus sangramentos espirituais e as cicatrizes que deixam”.

Sua obra “Confissões da Condessa Beatriz de Dia” é um livro instigante e de difícil compressão. Podemos dizer que é o livro das entrelinhas. Muitos aspectos da personagem principal, a Condessa Beatriz, não são revelados diretamente, são insinuados e depende da habilidade do leitor para completar aspectos da subjetividade e da vida da personagem. À medida que vamos lendo, podemos perceber que alguns questionamentos de Beatriz não são típicos da Idade Média, mas o autor revela que ela foi superior a seu tempo, ou seja, ela não estava limitada pela visão comum da mulher dessa época. Um elemento sobressai nessa narrativa: a linguagem poética. Essa linguagem literária talvez seja a arma mais valiosa do autor. O jogo metafórico. As reflexões repletas de lirismo. Entrevistamos Guido Viaro – suas respostas nos ajudam a entender melhor o objetivo de sua obra.

1) Como e quando surgiu a ideia do livro? A ideia do livro surgiu quando ouvi o nome da Condessa, personagem real, compositora e trovadora do século XII, depois fui colocando vida na personagem, falando das angústias femininas que são atemporais. Decidi então não fazer um livro linear, começo pelo fim da vida e vou mostrando as razões que levam a determinadas consequências. Como a morte vai se formando dentro de nós e de que maneira nossos sonhos juvenis são soterrados. Mas não queria chegar a conclusões nem passar mensagens, a confusão do livro é proposital e reflete os estados de espírito da personagem.

2) Gostaria de saber qual é sua proposta: desvendar o universo feminino? Despertar a curiosidade sobre a vida da mulher na Idade Média? Conduzir o leitor pelo caminho da reflexão e da descoberta? A ideia do livro é sobretudo um mergulho no universo humano, que no caso é feminino, mas que não se restringe a ele. A Idade Média é um pano de fundo histórico, mas que em determinados momentos encaixa-se no universo da personagem.


3) Guido, o seu estilo é intimista, confidencial. Você acha que neste momento em que os best sellers são obras de ação, de muito movimento, o seu livro, que é mais reflexivo, tem chances de conquistar um grande número de leitores? Honestamente acho que as chances de conquistar um grande público são quase nulas, mas não é esse o objetivo, escrevo, dou minha visão de mundo, se uma pessoa retirar algo desse esforço, já valeu a pena.

4) A personagem é uma mulher, e a psicologia feminina está muito bem retratada nessa obra. Foi difícil construir essa personagem? Você colocou traços de alguma mulher que faz parte de sua vida familiar? Acho que coloquei pedaços de todas as mulheres que já conheci, mas também há ali alguns homens disfarçados de mulher.

5) Você é autor de vários livros. Qual deles você considera seu melhor trabalho? Honestamente, não consigo (ainda) ter um distanciamento crítico para dizer qual o melhor trabalho. Posso te dizer o que os outros falam, dizem que, sem contar esse último livro, que poucos ainda leram, meu melhor trabalho é o livro anterior a esse "O livro do Medo".

Isabel Furini é escritora, e-mail: isabelfurini@hotmail.com

CONSUMO E CONSUMISMO (Resenha)

            Carlyle Popp, doutor em Direito Civil pela PUC/SP, mestre em Direito Público pela UFPR e membro do Instituto dos Advogados do Paraná, professor de cursos de graduação e de pós-graduação, orientou e coordenou os trabalhos que fazem parte do livro “Consumo e Consumismo”. O próprio autor esclarece: “O embrião desta obra nasce das discussões encerradas no âmbito do grupo de pesquisa em atividade junto ao Centro Universitário Curitiba – Unicuritiba, cujo projeto denomina-se Liberdade de Iniciativa, Dignidade Humana e Proteção ao Meio Ambiente Empresarial, que lidero junto com a doutoranda Ana Cecília Parodi”.
            Os trabalhos foram realizados a partir da obra literária “As Coisas”, de Georges Perec, e da obra “Vida Para Consumo: a transformação das pessoas em mercadoria”, de Zybmunt Bauman.  No livro são apresentados aspectos importantes do comportamento humano e são analisadas as causas e consequências do consumismo. Para isso o autor procura informações em diferentes fontes. Fala da Teoria dos Jogos, esclarecendo que pode ser de cooperação ou de competição, analisa a função social jurídica no meio ambiente empresarial sustentável. Coloca em evidência a compulsão de consumo de nossa época, na qual uma pessoa compra um produto, por exemplo, um celular, e pouco tempo depois o deixa de lado ainda que funcione, porque o mercado oferece um novo modelo com mais funções. Ou seja, a sede de consumo nunca é saciada. É como uma ciranda sem fim. Os objetos dominam o pensamento e o imaginário do homem contemporâneo, é preciso comprar sempre o melhor, os produtos de última geração, para se sentir participante da sociedade e capaz de adquirir objetos de valor.
Velocidade e imediatismo são características da época.
Como já disse o filósofo indiano Jiddhu Krishnamurti nos anos 80, as coisas se tornaram finalidade e os seres humanos, meios para atingir coisas. Essa mudança de valores faz também com que os valores éticos sejam esquecidos. Em um capítulo, lemos: “A transição do ser para o ter, valorizadora do patrimônio em detrimento do ser humano”.
Carlyle Popp na obra “Consumo e consumismo” (Juruá Editora, 188p.) contou com os colaboradores: Alex Sandro Noel Nunes, Amarílio H. Leal de Vanconcellos, Ana Cecília Parodi, Bruna Singh, Ingrid Karoline Trinkel, Marcelo de Souza Sampaio, Raissa de Cavassin Milanezi, Rudha Baluta.
O livro é um estudo profundo do consumismo e seu impacto no mundo atual. Vale a pena conferir.

domingo, 30 de junho de 2013

LUCI COLLIN E A ARTE DE ESCREVER ROTEIROS

Nossa entrevistada é a escritora Luci Collin, roteirista de “Os Quarentões” . É a história de três amigos quarentões e suas vidas monótonas, muito diferentes das vidas que eles sonharam quando eram jovens. Com diálogo leves e divertidos os três quarentões agradam os espectadores.

Luci, você é reconhecida como poeta e como escritora de ficção (conto e romance), como e quando começou o seu caminho como roteirista?
Escrever roteiros para TV é uma experiência nova na minha carreira. Publiquei mais de dez livros (comecei a publicar em 1984), escrevi vários textos para teatro que foram encenados, colaborei com artigos e ensaios em vários jornais e revistas nacionais e internacionais ou seja, já experimentei amplamente em relação aos gêneros e aos formatos  literários, mas só agora apareceu esta oportunidade de roteirizar para TV.

Qual a diferença de abordagem?  Qual é a sua técnica para iniciar um conto, para iniciar um romance e para iniciar um roteiro?
Não há exatamente uma técnica específica prévia a cada gênero há, antes, uma tendência ou impulso inicial inerente ao formato de cada expressão; o conto é mais visceral e pode ser escrito com mais liberdade, o romance, em função da maior extensão do texto, acaba dependendo de uma estrutura mais planejada, e o roteiro é determinado pelo tema, tem uma duração preestabelecida, uma adequação da linguagem para o público do horário em que o programa será exibido, e muitas outras características a serem respeitadas.

A divisão do tempo no roteiro é algo difícil de ajustar? Ou seja, como o roteirista pode ajustar o roteiro ao "tempo" do diretor.
O tempo é, de forma aproximada, definido pelo número de laudas escritas. As variações necessárias ficam por conta da direção, que pode cortar ou inserir elementos no texto em função do tempo disponível, ou adaptar alguns detalhes do texto em função do cenário, por exemplo. Creio que o roteirista deva ser neutro, deixando espaço para que o diretor crie a partir do texto. Evito ser didática no roteiro porque acredito que ele depende muito da mão/do olhar do diretor – o resultado deve contemplar as diversas formas de autoria e de realização artística.

Como  foi o seu entrosamento com o episódio "Quarentões"? Você só entregou o roteiro ou acompanhou a filmagem?
Acompanhei a gênese do projeto, que tem argumentação do Gerson Delliano; ele trouxe a ideia para o programa, concebeu os traços gerais que marcam o que é ser um "quarentão", e também definiu que seriam três personagens com seus dramas típicos. Eu aprofundei as características psicológicas de cada um e escrevi sete episódios com as peripécias dos quarentões Ricardo (Gerson Delliano), Ari (Edu Régnier) e Walter (Luis Brambilla). Acompanhei uma filmagem e gostei muito de ver os quarentões ganhando vida pelo trabalho dos atores e do diretor Fernando Coelho e sua equipe.

Fale sobre seus projetos para o segundo semestre.
Pretendo lançar um novo livro de contos, mas ainda estou em negociações com a editora. E espero que os Quarentões ainda aprontem muitas e que a gente possa participar desta divertida experiência de compor estes personagens tão posmodernamente tragicômicos.

Isabel Furini é escritora e educadora. Orienta oficinas literárias. Mais informações pelo e-mail: isabelfurini@hotmail.com



terça-feira, 18 de junho de 2013




O jornalista Willy Schummann lança o seu primeiro romance, "Cidade dos Monges" (Editora LivroNovo,

166 p.), e escolhe o assunto mais difícil para ser o centro de um livro ficcional nos dias atuais: o amor. Tanto se tem escrito sobre o amor desde a época do romantismo que o escritor ao escolher esse tema se arrisca a cair no piegas. Mas o livro não cai em armadilhas, pois Willy é dono das palavras. Seu trabalho de jornalista lhe proporcionou um precioso campo de experiência para a escrita. O romance avança porque o protagonista viaja, conhece locais e pessoas interessantes, além de se apaixonar por Joana, uma moça nascida em Sarajevo, mas que mora em Munich.

O protagonista vive intensamente. E vemos o mundo através de seus olhos. Esse livro é um convite a viajar, sentir e refletir. O dinamismo, o estilo rápido e a história dos locais da Europa que visitou ajudam a dar movimento à obra. A história de amor é o centro, a trama principal, mas o romance é muito mais do que isso. Fala de amor e de amizade, de vida e de morte, de fracasso e de esperança. Um livro do qual gostei e recomendo.

Na continuação, um parágrafo do capítulo "Em Munique":

"A vida pode ser maravilhosa. O tempo todo, vivemos como se caminhássemos em uma cadeia de montanhas: por um período de tempo estamos caminhando na parte superior da montanha e, logo depois, caminhamos pela parte inferior. A caminhada vai nos permitir saber o que o nosso destino nos reserva. William Shakespeare tinha razão quando afirmou: Nosso destino não está escrito nas estrelas, mas em nós mesmos".
- Dan, Dan! – repetiu Joana ao perceber que eu havia me perdido em meus pensamentos."
Resenha de Isabel Furini.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Orientações para os novos escritores


A premiada escritora americana Nancy Kress escreveu alguns conselhos para que os novos escritores possam trilhar nesse difícil caminho com menos dúvidas. Ainda que dúvidas todos temos: os grandes escritores e os pequenos escritores, os antigos e os de vanguarda, os famosos e os anônimos.

Parece que o caminho do escritor é um caminho semeado de dúvidas: como fazer uma boa descrição, como criar um personagem marcante, como escrever diálogos consistentes, como encantar o leitor. Sim, porque como muito bem falou em certa oportunidade Gabriel Garcia Marques, é mais fácil caçar um coelho do que um leitor.

O leitor já chega com letras “c” na cabeça. Ele tem uma carga de condicionamentos, uma bagagem de conhecimento e espera que sejam desenvolvidos certos conceitos. Ou seja, a maioria dos leitores antes de ler já tem uma ideia de como o livro deve ser desenvolvido, tem seu próprio protótipo do livro na cabeça. E o livro que o leitor está lendo deve ser igual ou superior ao livro que o ele imagina. Por isso, uma das melhores estratégias dos escritores é surpreender o leitor.

Agora, vejamos alguns conselhos da escritora Nancy Kress: Escreva o tipo de ficção que ama ler. Ou seja, o novo escritor tem mais chances de escrever bem se está acostumado a ler esse tipo de literatura, “ele está por dentro”, como se fala familiarmente.

Outra orientação importante da autora: Escrever é reescrever. Sempre. Por isso, o novo escritor corajosamente deve ler seu próprio texto e reescrever quantas vezes ele achar que seja necessário. Um conselho que também ajuda: Leia tudo o que possa. E mais também.

A seguir o grande conselho que só um autor que tenha percorrido uma longa viagem pode dar a um iniciante: Não siga as tendências da moda. Conte as histórias que deseje e como deseje. Nancy Kress assinala o único caminho que pode fazer crescer um escritor e esse é seguir o próprio instinto, a própria voz.

Isabel Furini é escritora e poeta premiada. Orienta a Oficina do Livro no Solar do Rosário: (41) 3225-6232. Contato pelo e-mail: isabelfurini@yahoo.com.br

quarta-feira, 27 de março de 2013

Livro "Cidade dos monges" de Willy Schumann


Em 26 de março, no Palacete dos Leões, o escritor, cineasta e jornalista Willy Schumann lançou o romance "A CIDADE DOS MONGES". Fica a pergunta: Uma viagem pode mudar uma vida?  O personagem principal do livro também é um jornalista que viaja com destino a Alemanha (viagem que realmente o autor realizou há alguns anos), com o objetivo de buscar novas possibilidades de viver a sua vida mais intensamente. E a trama adquire um sabor especial quando em Munique, a cidade dos monges, vive uma grande paixão.

Trecho da obra:
"A única coisa que eu parecia ouvir foi que um monomotor que ia do sul da Inglaterra, com destino a Paris havia desaparecido. Um dos passageiros deste avião era Glenn Miller. Estaria eu ouvindo esta informação pelo rádio? Não seria possível. Lembro-me apenas do silêncio. Mesmo com a visão embaçada, vi pelo retrovisor uma ambulância chegando. Um homem parecia sinalizar a estrada com uma lanterna. Outros dois homens passaram carregando um grande servo que parecia estar morto. Vi um grupo de paramédico se aproximar da minha janela. Um dos homens usava bigodes muito bem aparados. Queria falhar-lhes que se preocupassem com Joana e que eu estava bem, mas não conseguia expressar uma palavra que fosse. Sentia o sangue escorrer entre meus olhos. Ouvi uma voz masculina ao fundo, mas não conseguia entender o que fora falado. De novo o silêncio. Podia sentir o vento sobre o meu rosto." 

domingo, 17 de março de 2013

A Mâquina de madeira



Na segunda feira, dia 18 de março, às 19:30 horas, o escritor Miguel Sanches Neto falará sobre seu livro A MÁQUINA DE MADEIRA (Cia das Letras, 2012), no Teatro Paulo Autran, no Shopping Batel,
às 19:30. O evento faz parte do projeto Conversa Entre Amigos, criado pelo Marcelo Almeida.

A obra A MÁQUINA DE MADEIRA de Miguel Sanches Neto está baseada em um fato real. O padre Francisco João Azevedo (1814-1880) apresentou ao imperador em 1861 uma máquina de escrever que e registrava os textos, só que maneira abreviada.

O escritor Cristovão TEZZA (Gazeta do Povo, 05/02/13) afirmou: "A máquina de madeira, romance marcante de Miguel Sanches Neto, é uma bela narrativa, com um toque sombrio e melancólico, quase gótico, sobre o padre brasileiro que inventou no século 19 um protótipo de máquina de escrever."



No Portal da UFPG, lemos no texto de escrito por Marilia Woiciechowski: "O talento do escritor e a curiosidade do pesquisador registram a combinação perfeita que resulta na obra "A máquina de madeira" (Companhia das Letras), de Miguel Sanches Neto, o paranaense de Piabiru e professor da graduação e do mestrado em Letras da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa).

sábado, 16 de março de 2013

VIRGINIDADE LEILOADA E LEI DE BONS COSTUMES


Você não acha interessante ver como nossa sociedade contemporânea, como o mundo mudou nas últimas décadas? Estamos acostumados a ver leilões de objetos, obras de arte como quadros e estátuas, móveis antigos, imóveis, enfim, muitas coisas terminam indo para leilão. Os famosos quadros de Bottero e as joias de alguma condessa da Europa.

 Já escutamos de pessoas que tiveram que leiloar uma mansão antiga da família herdada com dívidas. Surpreendeu em 2012 a obra "O Grito", de Edvard Munch (1863-1944), vendida por US$ 120.000.000,00 – é a pintura mais cara da história a ser vendida em um leilão.  Mas o novo milênio, que não é a beleza que os místicos da Nova Era esperavam, ainda nos reservava uma novidade: nunca havíamos escutado alguém leiloar a virgindade.

Honestamente, eu não sei se leiloar a virgindade é mesmo contra a lei.  Alguns acham que é contra “a lei dos bons costumes”, ainda que todos sabemos que “os bons costumes” muitas vezes não passam de uma imagem bonita.

Por exemplo, eu li muitas críticas na internet porque a lei promovendo “bons costumes” foi de autoria da deputada estadual Myrian Rios (RJ), uma moça bonita nos anos 70, que posou nua em fevereiro e julho de 1978 para a revista Ele & Ela, da Bloch Editores. Fotos que não serão publicadas novamente, pois o cantor Roberto Carlos comprou das editoras todos os direitos sobre as fotografias.

Bom, o mundo por um lado quer “bons costumes”, mas por outro adora o livro “Cinquenta tons de cinza”, que de bons costumes não tem nada. E fica a pergunta: será que Catarina Migliorini, 20 anos, que leiloou sua virgindade, pode ser processada por ter infringido a lei?

O leilão publicado na internet teve um lance final R$ 1,5 milhão, feito por um japonês de nome Natsu. Será que isso vai mesmo contra a “lei de bons costumes”? Ou seja, será que vender a virgindade é contra a lei dos “bons costumes” e posar nua não é contra a lei? Por que algumas revistas masculinas continuam expondo a nudez feminina.

Será que podemos imaginar uma nova época, na qual junto com leilões de quadros possamos ler editais de leilão de virgindade? Por exemplo: “Hoje serão leiloados quadros de artistas famosos e depois passaremos ao leilão da virgindade de três moças e um rapaz”. Será que essa época vai chegar mesmo?

Crônica de Isabel Furini.


segunda-feira, 4 de março de 2013

Oficina Como Escrever e Publicar Livros

Iniciará amanhã, 05 de março, a partir das 19 horas, a Oficina do Escritor. Durante 4 meses, uma vez na semana, os participantes poderão analisar, refletir e debater sobre: Como Escrever e Publicar um Livro, no Solar do Rosário, Rua Duque de Caxias, 04, Centro Histórico, Curitiba.

Informações pelo fone: (41) 3225-6232.
 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

OFICINA COMO ESCREVER CRÔNICAS


SOLAR DO ROSÁRIO
FONE: (412) 3225-6232.


Professora: ISABEL FURINI

Data: Dias 19, 20 e 21 de Fevereiro de 2013
Horário: Das 17h às 19h30
Preço: R$ 220,00  + Inscrição: R$ 35,00
Dia(s) Semana: 3ª, 4ª e 5ª


PÚBLICO ALVO
PÚBLICO ALVO
Todas as pessoas que desejam escrever as histórias escondidas na mente. Aos que desejam explorar a escrita e conhecer os fundamentos da crônica.

METODOLOGIA
. Estudos.
. Leitura, análise e discussão de crônicas
. Exercícios de escrita.
. Leitura dos textos escritos na oficina.

PROGRAMA
I.- a) Estudos: A crônica. Estrutura e modalidades. O escritor como receptor e emissor. O baú da mente. Como explorar palavras, situações e imagens para aumentar a criatividade?
b) Leitura de uma crônica de autor consagrado com análise e debate.
c) Exercício: escrever uma crônica baseado em imagens.
d) Leitura dos textos escritos na oficina.


II.Estudos: Ponto de vista. Construção de personagem. Construção de personagens: retrato, ações e diálogos na crônica.
b) Leitura de uma crônica de autor consagrado. Análise e debate.
c) Exercício: escrever baseado em vivências.
d) Leitura dos textos escritos na oficina.


III.Estudos: A crônica como gênero ágil, divertido e questionador. A mensagem. Modalidades. A crônica como espelho do mundo.
b) Leitura de uma crônica de autor consagrado. Análise e debate.
c) Exercício: escrever baseado em vivências.
d) Leitura dos textos escritos na oficina.

Professora: ISABEL FURINI - Autora de "Eu quero ser escritor - A crônica".odas as pessoas que desejam escrever as histórias escondidas na mente. Aos que desejam explorar a escrita e conhecer os fundamentos da crônica.

METODOLOGIA
. Estudos.
. Leitura, análise e discussão de crônicas
. Exercícios de escrita.
. Leitura dos textos escritos na oficina.

PROGRAMA
I.- a) Estudos: A crônica. Estrutura e modalidades. O escritor como receptor e emissor. O baú da mente. Como explorar palavras, situações e imagens para aumentar a criatividade?
b) Leitura de uma crônica de autor consagrado com análise e debate.
c) Exercício: escrever uma crônica baseado em imagens.
d) Leitura dos textos escritos na oficina.


II.Estudos: Ponto de vista. Construção de personagem. Construção de personagens: retrato, ações e diálogos na crônica.
b) Leitura de uma crônica de autor consagrado. Análise e debate.
c) Exercício: escrever baseado em vivências.
d) Leitura dos textos escritos na oficina.


III.Estudos: A crônica como gênero ágil, divertido e questionador. A mensagem. Modalidades. A crônica como espelho do mundo.
b) Leitura de uma crônica de autor consagrado. Análise e debate.
c) Exercício: escrever baseado em vivências.
d) Leitura dos textos escritos

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

NOVIDADE!!!


Chega à Curitiba o jornal Eco Central, projeto dos jornalistas Pierpaolo Nota e Eliseu Tisato. Dez mil exemplares que vão "lavar" o centro da cidade toda terça e sexta-feira pela manhã. Dezesseis páginas com farto conteúdo local. Para quem quiser dar uma visualizada no projeto.
SEGUE O LINK:    http://issuu.com/ecocentral/docs/ecocentral-ed00?mode=window.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

QUEM PODE SER ESCRITOR? Crônica


Hoje quero falar de um fato curioso, aconteceu com Gabriel García Marquez. Ele enviou o seu livro “O enterro do diabo” para a editora Losada, da Argentina, e recebeu os originais de volta com uma carta do crítico espanhol Guillermo de Torre, o qual o aconselhava: “Dedique-se a outra coisa”.

Também o livro “Ninguém escreve ao coronel” foi recusado por Roger Caillois, da editora francesa Gallimard. Então, não desista se seu livro for recusado, se sua obra não entrar em determinado salão. Gabriel García Marquez teve seus livros rejeitados por editoras, por que você deveria acertar na primeira? Monet, sim, o grande Monet, em 1874, teve seus trabalhos rejeitados pelo Salão Oficial dos Artistas Franceses. Se Monet foi rejeitado pelos organizadores do Salão, por que um jovem artista quer desistir se não for aceito no primeiro momento?

Tudo bem que é interessante a avaliação dos outros. Para os poetas, contistas e romancistas é importante a avaliação de pessoas dedicadas à literatura, para pintores e escultores é importante a opinião de críticos de arte e de artistas plásticos consagrados, mas se a avaliação não for elogiosa, nada de desistir. Talvez não falte a beleza na sua obra, talvez falte a sensibilidade de professores e críticos para perceber a estética de sua obra. É bom lembrar que se Gabriel houvesse acreditado no crítico Guillermo de Torre, famoso na época, o mundo perderia a chance de ler excelentes livros.

Eu presenciei uma professora de arte, tentando mostrar o seu grande conhecimento, numa exposição com quadros de mais de 50 artistas, lançar a frase venenosa: “Nesta exposição deixam entrar qualquer pessoa. Vejam esse quadro. Que horror!!!”. Uma das organizadoras estava perto e anunciou: “Esse quadro é de um artista famoso de Portugal. Premiado em muitos salões”. A professora de arte ficou sem saber o que dizer... "Ah... Eu não gosto de pintura moderna".
Isso mostra que em arte muitos falam, mas poucos sabem. Ou seja, se o quadro era de um iniciante, era muito ruim, mas como era de alguém famoso, está tudo ótimo!

Se até García Marquez apanhou de crítico, como vamos confiar neles?

Lembrou-me de uma frase da atriz Elizabeth Taylor, que dizia que o bom de ser velho é que a gente não dá tanto valor à opinião dos outros. Eu já vi muitas pessoas desistirem antes de tempo. Só porque alguém que se acha o dono do mundo, porque tem um certo nome em arte ou literatura, fala que o texto não é bom ou que o quadro não é bom. Por isso acho que as pessoas devem saber que grandes mestres das artes e da literatura avançaram, apesar das críticas. García Marquez, indiferente à opinião do grande crítico, continuou escrevendo. É tudo o que um artista deve fazer. Lavrar o próprio caminho. Agora que passei dos sessenta, penso que tola fui ao acreditar na opinião dos outros. No momento, só acredito em Deus e em mim mesma. Isso é tudo o que um literato ou artista precisa para trabalhar a sua obra com autenticidade, longe dos modismos de sua época e de seu entorno.

O grande espadachim Miyamoto Mushasi, quando os alunos perguntavam: É mais fácil vencer com espada curta ou longa? O mestre respondia: Nenhuma das duas, só espírito de vitória dá a vitória.
O espírito de vitória, nisso eu acredito, gente, acredito mesmo!
Isabel Furini é escritora e poeta premiada. Autora da coleção “Corujinha e os filósofos” da editora Bolsa Nacional do Livro.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013




FRIDA KAHLO
Acaçapados em algum canto escuro da alma
pulsam os loucos sonhos da juventude
e aquele olhar de Frida Kahlo,
de gelo
e do fogo.

Indecifrável, desértico, nu,
invasivo olhar – quase intocado.

Brilho asteca tatuado com maestria,
quase uma sinfonia ancorada na memória.

Poema e arte digital de Isabel Furini

domingo, 20 de janeiro de 2013

OFICINA: Como escrever uma biografia?







BIOGRAFIAS E AUTOBIOGRAFIA - COMO ESCREVER COM ÊXITO

Aprenda técnicas de escrita moderna e diferentes maneiras de abordar uma biografia. O objetivo é desenvolver as capacidades de observação, pesquisa, reflexão e estilo para escrever biografias interessantes.
PÚBLICO ALVO: Pessoas interessadas em escrever biografias de familiares e amigos ou de contar sua própria história.
Professor: ISABEL FURINI

Data: 29, 30 e 31 de Janeiro de 2013

Horário: das 15h às 17:30h

Inscrição: R$ 35,00

Investimento: R$ 260,00

Informações: Solar do Rosário (41) 3225-6232.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Oficina: Como escrever uma biografia?


Muitas pessoas desejam escrever a biografia de um familiar amado ou a autobiografia, mas não sabem como iniciar o trabalho ou escrevem textos que carecem de coesão, de técnica. A oficina BIOGRAFIAS e AUTOBIOGRAFIA que será ministradas nos dias 29, 30 e 31 de janeiro, das 15 às 17:30 horas, no Solar do Rosários, apresentará as características de Biogrfias interessasntes e proporcionará técnicas de escrita moderna. Os participantes conhecerão metodologias para pesquisa e formas de abordar uma biografia. Estimulando o desenvolvimento das capacidades de observação, pesquisa, reflexão e estilo.
As prácticas visam sensibilizar, encorajar, escrever e realizar a leitura crítica do próprio texto.
estilo. 

ORIENTADORA: ISABEL FURINI (41) 8813-9276.
e-mail: isabelfurini@hotmail.com


PROGRAMA:
Biografia e autobiografia. A escolha do biografado. Biografias – lembrança e homenagem. Como iniciar a pesquisa? Localização das fontes. Como escrever? Técnicas narrativas: descrições, cenários, retratos, diálogos.  Organização: a chave de uma biografia bem articulada. Técnicas para facilitar o trabalho. Métodos de argumentação.  Entrevistas:  a  arte da palavra. Como dar leveza ao texto?    Exercícios de estilo.
 PRÁTICAS: Escolher o biografado, pensar em diferentes abordagens para que a história seja interessante.  Método topográfico e método dinâmico. Escrevera introdução. Leitura e análise. LOCAL: Solar do Rosário, rua Duque de Caixas, 04, Centro Histórico. Fone (41) 3225-6232.
Orientadora: Isabel Furini (e-mail: isabelfurini@hotmail.com )



sábado, 12 de janeiro de 2013

Trova Brasil

Trova Brasil numero 3 - janeiro de 2013
16 paginas
Trovador Destaque: Izo Goldman
Concursos de Trovas com Inscrições Abertas
Indicação de Sites e Blogs de Trovas

Leia em formato livro ou faça o download em
http://www.calameo.com/read/0019621044928c805fc72

ou solicite para receber em seu e-mail. Escreva para:


pavilhaoliterario@gmail.com
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