segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013 - além da Planície Proibida



É meu desejo que em 2013 possamos entender a natureza dos obstáculos e superá-los.  Ir além da PLANÍCIE PROIBIDA – reencontrar a Alegria e o Amor que os inimigos ocultos (esses disfarçados de amigos)  insistem em apagar de nossas almas.
Quadro "Além da planície proibida" de Carlos Zemek. Ver: http://www.cazemek.blogspot.com.br/


Ter confiança e coragem para tomar decisões e realizá-las.
Ter firmeza para dizer "não" quando essa palavra é necessária.

Diante de qualquer entrave pensar : "Essa é uma luta para quebrar brinquedo, não é parte da grande preparação”.

E neste mundo de brinquedos, de jogos, de falsidade, de vaidade, no qual parece fundamental mostrar que somos felizes, sempre felizes, de dia e de noite, como se o mundo fosse um parque de diversões e os seres humanos deuses imortais, sempre alegres, sorridentes, sem perguntas e sem respostas, (bonecos alegres e indiferentes ao sofrimento do mundo), vamos ler essa bela página da Bíblia:
TEMPO PARA TUDO 
Tudo neste mundo tem seu tempo;
cada coisa tem sua ocasião.

Há um tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e tempo de arrancar;
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derrubar e tempo de construir;

Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar:
tempo de chorar e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las;
tempo de abraçar e tempo de afastar;

Há tempo de procurar e tempo de perder;
tempo de economizar e tempo de desperdiçar;
tempo de rasgar e tempo de remendar;
tempo de ficar calado e tempo de falar.
Há tempo de amar e tempo de odiar
tempo de guerra e tempo de paz.
Eclesiaste 3, 1-8

FELIZ 2013

sábado, 8 de dezembro de 2012

LANÇAMENTO DE “NATAL, VIAGENS E FANTASIAS”




Miniconto é uma modalidade literária considerada recente. O miniconto mais famoso é do escritor guatemalteco Augusto Monterroso (1921-2003): “Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá”. Nesta época de blogues, Twitter, e-mail e redes sociais, as pessoas estão escrevendo mais e, muitas vezes, encrencando-se ao dar as opiniões diretamente, sem os filtros das boas maneiras. Esta é a época do texto curto e contundente. Por isso, alguns consideram que o miniconto chegou na hora certa.

Como exprimir os pensamentos em poucas palavras? Como criar personagens, enredos, tempo, espaço e narrador em um conto com menos de 100 palavras. Esse foi o desafio que apresentei aos meus alunos da oficina de criação literária que oriento no Solar do Rosário. A pergunta foi ondulando até outros ouvidos atentos.  O resultado é o livro “Natal, viagens e fantasias”, publicado pela editora Virtual Books. O jornalista Marcelo Spalding, especialista na modalidade miniconto, escreveu o prefácio, e o poeta e professor Alvaro Posselt, a introdução.


O livro contém minicontos de autores com estilos diferentes. O fio condutor é o Natal. A visão que cada um tem, as coisas interessantes, engraçadas ou bizarras que podem acontecer no Natal. E não vai pensar o leitor que estará diante de autores inexperientes, não! É verdade que para alguns é a primeira publicação, mas entre os contistas estão Fernando Botto, que há anos se dedica às letras e já tem livros de contos e de crônicas publicados, Alexandra Barcellos, escritora de livros infantis, e Silvia Maria de Araújo, socióloga com trabalhos excelentes na área pedagógica, que ganhou em 2001 como co-autora o Prêmio Jabuti na categoria Livro Didático. Destacamos também a participação de Willians Mendonça, engenheiro florestal e apaixonado pela literatura, que neste ano conquistou o segundo lugar no 5º Concurso para servidores públicos “Servir com Arte”.




A reunião dos contos faz o leitor pensar nas faces diferentes do Natal. É o Natal alegre, o Natal reflexivo, o Natal consumista, o Natal em família, o Natal no campo e na cidade, na casa e numa viagem inusitada, nos sorrisos e nas lembranças. Porque Natal quer dizer nascimento, e nascer é um momento mágico que acontece simbolicamente cada vez que decidimos deixar o passado e renovar as energias.  

Participaram do livro que tive a honra de organizar: Alexandra Barcellos, Ana Paula Lemos Pinheiro, Eliziane Nicolao Lobo Pacheco, Fernando Botto, Luciana Souza, Luiza Guarezi, Susana Arceno Silveira, Silvia Maria de Araújo, Willians R. Mendonça. Contos em parceria: Adriana Menendez e Sonia Andrea Mazza. Nosso escritor convidado foi Rodrigo Domit, ganhador de vários prêmios literários.


O livro será lançado no dia 12 de dezembro, às 19 horas, no SESC Água Verde. No evento também será inaugurada a exposição de quadros “Natal, Viagens e fantasias     “, com trabalhos em Arte Digital de Carlos Zemek, e trabalhos em óleo, acrílico e aquarela dos artistas Alexandre de Paula, Carlos Zemek, Célia Dunker, Dirce Polli, Gustavo Cardoso Melo, Ilia Ruiz, Jeffe Cor, J. Bonatto, Katia Velo, Mercedes Brandão, Neiva Passuello, Sandoval Tibúrcio, Valéria Sípoli, Vavá Diehl, Jeffe Cor e Rosa Miller. Esculturas de Regina Tiscoski. Curadoria de Dirce Polli.


Além de apresentar uma exposição dos cartões elaborados pelas crianças do hospital Erasto Gaertner, o evento contará com a participação do Coral Thalia, um dos mais tradicionais da cidade, com um repertório especial de músicas natalinas que dará um sabor especial ao evento.


Dia 12 de dezembro, às 19 horas, no SESC Água Verde, Av. República Argentina, 944, Curitiba. ENTRADA FRANCA.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A MÁQUINA DE MADEIRA - de Miguel Sanches Neto




O lançamento do novo livro de Miguel Sanches Neto será no sábado, 08 de dezembro, 17 horas na Livraria Arte e Letras – Curitiba ( Rua Presidente Taunay, 130B - Próximo ao Shopping Batel – Casa de Pedra).

O livro foi publicado pela editora Companhia das Letras, em cujo site encontramos esclarecimentos sobre o livro "A máquina de madeira".

Uma enorme máquina taquigráfica chega ao Rio, vinda numa embarcação do Recife. Quem acompanha o desembarque é seu criador, o padre Francisco João de Azevedo. A máquina é uma das revoluções do século XIX. Com ela, sermões e discursos poderão ser transcritos com agilidade até então desconhecida, como que num registro do próprio progresso brasileiro.

É um momento de ebulição nas ciências nacionais. Dezenas de inventores se agrupam no prédio da Exposição Universal, que receberá visita do imperador d. Pedro e de investidores do mundo todo. Nas ruas, a expectativa de um salto industrial e econômico para o Brasil.

Neste romance histórico, o escritor Miguel Sanches Neto usa a trajetória do padre Azevedo, precursor da máquina de escrever e quase desconhecido entre nós, para narrar a formação da identidade de um país. Com humor e um olhar por vezes ferino, mostra um Rio de Janeiro que tenta caminhar do exótico para o moderno, um lugar onde os ventos europeus contracenam com resquícios do Brasil colônia.

A figura do padre professor, impelido à desastrada aventura no Rio por suas habilidades manuais e ânsia pelo progresso, serve de baliza para uma trama maior, de exploradores e explorados, de articulações políticas e econômicas, que vai da intriga nos corredores do Paço à residência de uma certa amante do imperador, passando pelos melhores bordéis da cidade.

Em meio a essa quase tragicomédia brasileira, surge um personagem denso e complexo. Entre a fé e a ciência, entre o amor e o dever, Azevedo representa uma nova mentalidade. No descompasso de suas ideias progressistas e as já velhas tradições nacionais, surge uma reflexão atual sobre um país sempre em movimento. No Rio de Janeiro do século XIX, recriado minuciosamente por Miguel Sanches Neto, é o Brasil de hoje que se desvela.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

1º Encontro de escritores, editores, professores e gestores de literatura, livros e leitura


O artista e professor Jul Leardini enviou o seguinte texto:
Convido todos os interessados em literatura, escritores, editores, produtores de Literatura, Livros e Leitura para participarem deste encontro, para conversarmos sobre o futuro desta arte, frente ao Plano Nacional de Cultura. Precisamos traçar objetivos para não deixarmos a área continuar desarticulada como está no momento. 

O Encontro será em 13 de dezembro, a partir das 10 horas da manhã, na Biblioteca Pública do Paraná.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Duas poetas: Andréia Carvalho e Rosana Banharoli


CAMAFEU ESCARLATE E VENTOS DE CHUVA

Em certa oportunidade levei os originais de um livro de poesia para um editor e ele disse: “Não edito poesia, poesia tem mais escritores que leitores”. Lembro-me de que a frase teve um efeito forte, porque é ao mesmo tempo engraçada e chocante. Falei isso em aulas e, como o leitor deve saber, muitas vezes as pessoas escutam “A” e entendem “B”. Um aluno saiu da aula dizendo que eu havia falado que no Brasil tem mais escritores que leitores. Nunca falei isso!!! Só contei um fato real.

Pois bem, é comum os editores dizerem que poesia não vende. Realmente, são poucas as editoras que publicam esse gênero. Editora precisa vender para sobreviver e o mercado dos livros é muito competitivo. O marketing necessário para que um livro saia das prateleiras e seja um dos mais vendidos exige um projeto inteligente e muito dinheiro. As editoras investem em livros que têm mais potencial de venda, isso não quer dizer que o livro seja de boa qualidade literária, mas que pode atrair um número elevado de leitores.

Reiteramos, raramente acontece isso com um livro de poemas. Um livro de poema entre “os mais vendidos” não é um fato comum. No momento, Ferreira Gullar é considerado o melhor poeta brasileiro vivo. Sua técnica é impecável. Ferreira Gullar elabora seus versos dando sofisticação e leveza, e isso não é fácil.
Apesar de que a venda dos livros de poemas não é muito expressiva, o número de poetas, sim. Muitas pessoas escrevem poesia e querem ver seus livros nas livrarias e bibliotecas. Querem ser lidos. Recebemos dois livros de poemas e vamos falar sobre eles.

CAMAFEU ESCARLATE, de Andréia Carvalho, (São Paulo, Lumme Editor, 2012) e VENTOS DE CHUVA, de Rosana Banharoli (São Paulo, Scortecci, 2011).

Andréia Carvalho é o nome literário de Andréia Ticiane Pires de Carvalho. Natural de Ponta Grossa, reside em Curitiba, estudou Ciências Biológicas e Produção Multimídia. Atualmente cursa Pedagogia - Magistério da Educação Infantil e Anos iniciais do Ensino Fundamental, na CIPEAD/UFPR.
Seu caminho literário vai se consolidando aos poucos, tem publicações em diversos blogs, poemas nas revistas eletrônicas Zunái, de nosso amigo, o poeta Claudio Daniel, na revista online Germina e Eutomia. Alguns de seus poemas foram traduzidos em catalão e espanhol por Joan Navarro. Teve participação em miniantologia poética da Agenda de Programação do CCSP, Centro Cultural São Paulo (edição de fevereiro de 2012).
Seu primeiro livro de poesia “A Cortesã do Infinito Transparente” foi lançado em 2011 em Curitiba. O segundo livro “Camafeu Escarlate” foi publicado em agosto de 2012. Ambos publicados pela Lumme Editor. O estilo de Andréia é um tanto hermético, povoado de imagens de símbolos e exige muita atenção do leitor. Poderíamos dizer que é um livro para quem gosta de degustar a poesia como um vinho com corpo, cor e sabor diferente. Andréia é dona de uma pluma escura e de traços firmes. Ela arrasta o leitor pelos caminhos que sua alma sugere.


 Vejamos um poema:
9 ponto cantado de mu

quem te chama
sacerdotisa de lata
pupila extravasada
ninfa brusca
gêmea de prata
cnidária
dá-me a mão duende
nutritiva
plástica
nem que me seja amarga
nem que me seja farta (...)

O livro “VENTOS DE CHUVA”, de Rosana Banharoli, brinda uma gama de poemas que falam à subjetividade humana. Rosana já foi ganhadora de vários concursos literários. Ela esclarece que é “Jornalista por formação e poeta por teimosia”. Membro da Comissão de Literatura de Santo André (2011). Participou de várias antologias de poesia através de premiações em concursos literários. Tem poemas e microcontos publicados em diversos sites renomados como Revista Piauí, Revista Maria Joaquina, Revista A Cigarra, Revista Trapiches, Caderno Pragmatha, Momento Lítero Cultural, Clube dos Poetas do Litoral e na edição especial, Poetas pedem paz, na Revista Germina, entre outros.



Vejamos um poema de Rosana Banharoli:

Enquanto caminho, chove
Em meio a cicatrizes urbanas
desvio-me de pingos
que brincam no ar.
Poderia me agarrar a eles e voar.
Preferi ficar aqui:
jogando sementes e regando versos.

São dois estilos diferentes, mas ambas poetas conseguem uma expressão muito própria, peculiar.
Vale a pena conferir.

Isabel Furini é escritora e poeta premiada. Autora de “Os corvos de Van Gogh”, da editora VirtualBooks.
(Texto publicado na coluna Livros do ICNews).

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