sexta-feira, 30 de março de 2012

VOCÊ CONHECE O QUIXOTE DE LA MANCHA?

El hombre de la Mancha




Será que o Quixote de la Mancha é somente um personagem criado por Cervantes na sua novela? Ou deveríamos dizer no primeiro romance que o mundo conheceu, como alguns consideram a obra?

Há poucos dias, ouvi de uma pessoa desiludida que o Quixote não existe mais. Não existe. Está passado de moda. Escondido em um baú escuro e úmido. O Quixote é coisa do passado.

Será? Ou talvez nossos olhos não foram treinados para descobrir os quixotes nas ruas da cidade, nos barzinhos do Largo, nas salas do Belas Artes, diante de um quadro no Museu Niemeyer, na livraria de usados buscando um título quase desconhecido, na noite de autógrafos lançando um livro para meia dúzia de pessoas, encostados nos vidros das agências de turismo olhando os cartazes com os olhos do desejo, procurando um vestido de noiva em algum atelier, olhando uma bola de futebol e sonhando.

Interessante que eu não consigo ver o Quixote encaixotado em um gênero literário, abarrotado de estúdios literários, morto.

Eu vejo o Quixote, ou os quixotes, todos os dias: é o poeta que vende seu livrinho feito por computador na Rua das Flores; é o ator de teatro que quase morre de fome, mas persiste esperando o êxito de sua próxima peça; é o recém formado que sonha em fazer uma pós-graduação na Europa, ainda que esteja desempregado no momento; é o empreendedor que inicia um pequeno negócio, mas sonha que terá êxito internacional; é o esportista sentado no banco de reserva, mas sonhando com um jogo fantástico. Céus!

Este é um mundo de quixotes! E de sanchos!

Quixote enlouquece, outros bebem nos bares, fumam ou ingerem substâncias proibidas, são os quixotes que chegaram ao limite de suas forças. Não conseguem mais sonhar sozinhos. E não adianta que uma sociedade materialista, doente, consumista e hipócrita julgue os outros – não sem antes olhar o verdadeiro rosto no espelho. E não falo dos dentes brancos depois de tratamento, nem do rosto de photoshop, falo do verdadeiro rosto – esse que escondemos dos vizinhos. Já falava Jung que quanto mais reprimimos “a sombra”, mais ela se fortalece.

Vivemos em um mundo de sonhos desconcertantes e de realidades desconcertantes. Um mundo de vazio existencial, de medos, de máscaras, de fantasias. Um mundo de palavras e imagens. Um mundo no qual os quixotes nascem, crescem, envelhecem, morrem e nem sempre conseguem realizar os seus sonhos. Eles deixam algumas sementes de ideias. E novos quixotes nascem e tomam o lugar daqueles que se vão. Como lemos na letra “The Impossible dream”: “Tentar com os braços exaustos alcançar a estrela inalcançável”. É isso mesmo. Sonhar e batalhar. É sempre amanhã que os sonhos podem ser realizados.
Hoje é só dia de luta.

E o mundo seria melhor porque um homem desprezado e coberto de cicatrizes ainda luta com o que resta de sua coragem para alcançar a estrela inalcançável”.

Queridos leitores, existe algo mais “quixotesco” do que isso?

Isabel Furini é escritora e poeta premiada (e-mail: isabelfurini@hotmail.com), autora de “Eu quero ser escritor – a crônica”, da Editora Instituto Memória.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Entrevistado: Poeta Thadeu Wojciechowski

Thadeu Wojciechowski, poeta curitibano, nasceu em 24 de dezembro de 1950. Foi professor de Comunicação e Expressão, Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, além de letrista e compositor é também publicitário. É autor de algumas centenas de músicas, algumas delas gravadas pelas bandas Beijo AA Força e Maxixe Machine. Já publicou 29 livros, entre eles, os livros de poemas “Ai dos que não são Thadeu”, “Fausto”, “Cri-me”, um romance “Assim até eu”, e uma adaptação do Tao, "Um Inferno", adaptação da Divina Comédia. E gravou também um cd com composições próprias "WOJCIECHOWSKI".




1. Thadeu, qual é a sua relação com a poesia? Ela é vital? Ela é uma amiga que só chega quando quer?

Uma relação de vida, é como ar que respiro. Não consigo viver sem ela. Tenho necessidade de. Ela chega a todo momento em forma de letras, poemas, contos, romances, novelas, aforismos, piadas, gargalhadas. É uma relação muito viva e se estende aos que me rodeiam.


2. E o processo criativo? Você escreve sobre um assunto determinado ou você espera que a chegada das Musas?
Como dizia Pound "poesia é conversa entre pessoas inteligentes" e, pra mim, sensíveis, então, não tem essa de ficar esperando só as coisas do céu, tem muito assunto bom que por si só já são poesia.

3.Como você enxerga a poesia na atualidade? Quais são as características mais interessantes da poesia deste novo século?
Hoje em dia tem poeta pra tudo, até para a anti-poesia. Mas vejo, com alegria, pelo menos em Curitiba e Londrina, um grande número de bons poetas. Sabem ir da forma fixa às mais diferentes formas de expressão e de versejar. Os clássicos estão sendo diluídos e incorporados ao dia-a-dia e essa contribuição milenar é a grande novidade. Aliado a isso o progresso das comunicações e do acesso à informação e às obras dos poetas em todo mundo.

4.Quais são os poetas que mais influenciaram a sua obra?
Augusto dos Anjos e Cruz e Sousa, os principais. Mas não posso deixar de citar os russos Maiakovski, Kliebnikov nem os franceses Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé. Poe e Yeats também me influenciaram. Mas não diria que foram somente poetas. Tenho uma curiosidade muito grande, filósofos, romancistas, cronistas estão na minha mira. Machado de Assis, Nelson Rodrigues, Dalton Trevisan são alguns mestres que deram à minha prosa a feição atual. Foi tentando superá-los que aprendi a escrever. A convivência com todos esses citados e alguns que deixei de citar é que me trazem luz das trevas.

5.Por que essa quase obsessão com o próprio nome, por exemplo: “Ai dos que não são Thadeu”. Narcisismo ou um sentido de ter sido, de alguma maneira, abençoado com um nome significativo?
Nem uma nem outra. Como já disse, Augusto dos Anjos é o meu poeta preferido e o seu livro EU é meu livro de cabeceira. É em homenagem a ele e ao ponto de partida de minha poesia. É em mim que ela se realiza, como vida, sonho, intuição e desejo.E aí minha mais forte idealização: CRIAR UMA LITERATURA TÃO FORTE DE IMAGINAÇÃO QUE A REALIDADE NÃO POSSA MAIS INTERFERIR. Mas muito mais do que aqui eu poderia responder, acho que já disse tudo no capítulo 5 de minha novelha O DIA QUE MATEI WILSON MARTINS, que deixo aqui na íntegra.



Capítulo 5

Wilson, poeta sentado é poeta
em pé de guerra. (1)


Acho que você não está compreendendo.
Mas falo mesmo assim. A mim já não importa
Se me entendem, sacou? A idéia que estou vendo
Lá na frente, é nela que miro, na porta
Que vou abrir, quebrar em mais de mil pedaços
E você tem só que ir acompanhando, cada
Palavra é importante. Vá juntando os cacos
E subindo os degraus dessa esquálida escada.
Quando você cria, vai na direção de algo
Que não sabe o que é. Tomba e escorrega em falso,

Pisa na maionese, depois faz que vai
E vai mesmo ou nem isso e aquilo, sacou?
Você pega Jesus pra cristo ou Dalai
Pra lama e continua dando bola pro gol.
Foda-se o mundo todo, se você quer ir
Aonde ninguém foi, tem que querer viajar,
Tem que saber que lá pode não existir
Nem ser sua Eldorado e, mesmo assim, chegar,
Na terra do São Nunca, cafundó do Judas,
Onde o diabo doidão botou as ditas cujas.

O sentido é um detalhe, pesa quanto vale,
Um átimo de som pode ser suficiente
E te reconduzir de novo. Caso falhe
Mais essa tentativa de ir sempre em frente,
Você só abre a boca e deixa livre a fala.
Se nela nada se esconde, então, tudo é teu:
O sol, o sonho, o som, a luz, a gema, a água
E mais o que te fez vencer quando perdeu.
Sem trava no olho dá pra ver o céu da boca
E o que dela sai santo é coisa muito louca!

Estou dizendo agora o que nunca viu,
Ouviu? Você houve quando? Ontem havia e hoje há?
Perder tempo comigo é suicídio, sentiu?
Tua vida vai indo indo indo e você pra lá
E pra cá a escutar o que digo e não digo.
Isso não tem sentido. Mas vamos que vamos,
Até onde eu sabia, havia nenhum perigo,
Então vou começar para ver se começamos.
Ah! A idéia é esta e não dá pra saber
Se é tudo que nos resta, será que vai ser?

Bom, pelo menos, penso que estamos no rumo.
Mas o que você vai ser quando for alguém
Como eu? Será impossível? Melhor pegar prumo
O quanto antes, depois não fica sem também.
Poeta que tem de sobra, distribui de graça
O milagre de Deus; ao que falta, dá nada,
Não está nem aí. Para tua pouca desgraça,
É bobagem parar de disparar sem bala
Na agulha de um palheiro que perdeu o fio
Da meada bem no meio desta conversa, ouviu?

Poeta de ouvido estica o som, até lá não!
Lá não pode ser já, é bom ir devagar.
Essa lua tá que tá, olha só!, ê, mundão,
A luz do sol é que brinca de ser lunar.
Estrelas tem pra si e olhe lá uma caindo,
Ainda bem que do céu não passa disso, assa,
Cai no ponto final e o Caetano diz: “Que lindo!
Tudo é divino maravilhoso!” Trapaça
Da língua-mãe no cu dos outros é refresco.
Quero ver você cego quando me olhar vesgo!

Sentei, estou em pé de guerra? Tanto fez
Tanto faz, por enquanto, siga, engate a ré,
Mas se eu voltar atrás e ir em frente, talvez
Seja melhor você seguir o guia, não é?
Aonde vamos parar com essa conversa eu paro.
Não dá pra continuar assim, então, você
Trate de ir falando sozinho, meu caro,
Pra eu ouvir suas razões em silêncio e saber
Por que a chuva cai em pé, corre deitada,
Vai pro bueiro e depois eu puxo a descarga?

Ah! Nem me fale nada, mas aceite um chá,
Sem cerimônia. Vou te contar até dez
Pra você não perder a calma é pra já,
Não tenho tempo a mais para te dar a vez.
O tema do discurso? Bem, aí é demais
Pra mim. Volte ontem cedo, mas bem cedo mesmo,
Que te ensino a fazer renda para ganhar mais,
Muito mais, namorando só golpes de menos.
Um dia fui pra Maracangalha e não voltei
Nunca mais e ouvindo nunca mais eu fiquei.

Arranjei um corvo pra me coçar e o sarna
Não quis tirar o Poe dos meus sentidos, pode?
Claro que pode quem não pode se sacode,
Enrola a rima, faz de conta que é uma arma
Que o poeta tem nem vem que não tem pra ninguém.
Estamos entendidos? China é mais embaixo,
Mas está por cima da carne seca, neném!
Por outro lado, aqui, vamos fundo no tacho.
Queria o quê, melzinho na chupeta, amor?
Chupe o cu daquela abelha ali, por favor.

Poesia pode ser tudo e mais um pouco, ok!
Há quanto tempo estamos de papo pro ar?
Se não fosse a palavra, juro, já nem sei
O que seria de mim sem eu para falar
O que preciso ouvir. E, você, seria o quê?
Deus estava embriagado ao criar o ornitorrinco,
Você ficaria bem de. Não? Quanto quer valer?
Dinheiro não dá em cacho? Então, eu não brinco.
A fala diz, dê graças a Deus, Maomé,
E Alá meu bom Alá, repita se quiser.

Eu não estou aqui para fazer gracinhas,
Está pensando o quê? Eh, cara, cara a cara,
Não é bem assim, fale só as tuas, pois as minhas
Verdades em extinção são de uma espécie rara.
Tua interpretação de texto não me diz
O que eu te digo agora mesmo sem pensar.
Ah! Você é desse jeito mas é feliz.
Que dez! Será até bom revê-lo nunca mais.
Sendo assim, lá vou eu como não fui jamais!
(1) Verso do Solda, poeta, cartunista.
ANTONIO THADEU WOJCIECHOWSKI


Essa entrevista foi realizada pelo e-mail, e publicada no blog do Bonde News "Falando de Literatura" da entrevistadora, Isabel Furini.

quarta-feira, 28 de março de 2012

REINALDO POLITO (ESCRITOR ENTREVISTADO)

Entrevistamos pelo e-mail o professor, palestrante e escritor REINALDO POLITO. Suas obras já venderam mais de um milhão de exemplares.


1) Como foi o início de sua carreira de escritor?

Levei nove anos escrevendo meu primeiro livro. Por ser muito criterioso, mas também por falta de competência. Sempre que voltava ao texto encontrava alguma incorreção. Ainda bem, pois o livro foi muito bem aceito e faz sucesso até hoje.

Depois que concluí o último capítulo comecei peregrinação batendo à porta das editoras, mas nenhuma se interessou. A maioria nem respondia. No fim, um ex-aluno, Nilson Lepera, hoje diretor comercial da Editora Saraiva, resolveu peitar a publicação.

Foi assim que comecei minha carreira de escritor. Hoje são 19 livros com mais de um milhão de exemplares vendidos no Brasil e em diversos países. Cinco dos meus livros entraram para as listas dos mais vendidos do país. O livro “Superdicas para falar bem” foi um dos dez livros mais vendidos no Brasil em 2006.

2) Como é para você perceber que mesmo com o passar dos anos, seu livro: Como Falar Corretamente e Sem Inibições, continua despertando o interesse dos leitores?

Esse foi o tal do meu primeiro livro. Quando escrevi essa obra, apesar de todas as dificuldades, procurei incluir minha experiência como professor de oratória e as incansáveis pesquisas que empreendi em todas as obras disponíveis.

A primeira edição do livro tinha 208 páginas, hoje, depois de 24 anos, a 2ª reedição da 111ª edição está com 312 páginas. Ou seja, enquanto vendia mais de 500 mil exemplares fui aprimorando, ampliando, incluindo todas as descobertas que fiz e faço sobre o tema.

Portanto, respondendo objetivamente à sua pergunta, o livro continua despertando interesse porque procuro reescrever seus capítulos com informações e linguagem sempre atualizadas para as necessidades do público atual.



3) Se tivesse que fazer uma escolha: Escrever ou discursar. O que você escolheria?

Seria o mesmo dilema de ter de escolher entre ficar com um ou outro filho. Sinto enorme prazer quando estou no palco fazendo palestra, e não me canso de pôr minhas ideias no “papel”. Chego a escrever 20 textos por mês. Fico falando na frente dos meus alunos todos os dias de manhã, à tarde e à noite. A alegria é a mesma.
4) Qual é sua relação com os leitores?

Sempre me emociono quando encontro pessoas que me procuram com um exemplar do livro para pedir autógrafo. Tive de segurar as lágrimas quando um leitor me procurou depois de uma palestra em Fortaleza dizendo que o livro havia mudado sua vida. Olhei aquele livro já com as páginas surradas pelo uso e imaginei quantas noites aquele rapaz passou com aquele livro nas mãos.

5) Quais são seus livros preferidos?

Leio todos os livros do John Grisham. Sou apaixonado pelo Machado de Assis. Sempre gostei muito de um autor que foi desprezado pela turma de vinte e dois, o parnasianista Coelho Neto. Atualmente minha escritora preferida é minha filha Roberta. Ela escreveu o romance “Amores incertos” e me seduziu com sua competência para criar personagens e pelo ritmo instigante de seus diálogos.

6) Alguns falam sobre o fim do livro e da biblioteca. Qual é a sua opinião?

Tenho discutido muito esse tema. Sinto certo desespero por parte de algumas editoras que pensam no livro impresso em papel com os dias contados. Acho que o livro digital veio para ficar, mas não acredito que ele substitua de vez o livro tradicional. Tenho certeza de que conviverão cada um com seu mercado.

Tenho prazer em pegar o livro e sentir suas páginas. Até o cheiro do livro me atrai. Por outro lado, sempre que viajo ao exterior levo cerca de meia dúzia de livros. Pesam na mala. Com o Kindle ou I Pad o problema deixa de existir. Eu posso agora levar no pequeno aparelho quantos livros desejar.

7) Você é conhecido como autor de livros de comunicação, mas seu novo livro: O QUE A VIDA ME ENSINOU, trilha outros caminhos. Pode ser considerado um livro de auto-ajuda?

Não tenho nada contra livros de auto-ajuda. Já li inúmeras obras excelentes dessa categoria, como, por exemplo, “Um homem e seus discípulos” do Cesar Romão.

Quando, por exemplo, vejo meu livro “Assim é que se fala” relacionado nas listas de mais vendidos como auto-ajuda penso que “Arte retórica e arte poética” de Aristóteles também seria uma obra de auto-ajuda, independentemente da qualidade de cada um.

“O que a vida me ensinou” é realmente um livro diferente de todos os outros que já escrevi. Só aceitei esse desafio, entretanto, porque pude falar sobre minha atividade profissional. Analisei todas as histórias verdadeiras da minha vida e tentei descobrir como cada uma delas interferiu na minha carreira. Foi fascinante identificar motivos e causas que nem mesmo eu tinha consciência.

Nunca imaginei que receberia resposta tão imediata dos leitores. Nenhum de meus 18 livros anteriores produziu tanta reação nas pessoas. Muita gente se emocionou e até chorou ao ler as histórias.

Há pouco tempo participei de uma entrevista no Portal Terra. No final eu disse que o objetivo do livro era o de motivar o leitor para avaliar sua trajetória e encontrar os melhores caminhos para sua carreira. No final do programa a editora surgiu detrás das câmeras e me disse que isso já havia ocorrido com ela.

Contou que levou o livro para a praia no final do ano e não conseguiu para de ler até chegar à última página. Ao fechar o livro sua vida estava mudada. Assim que retornou disse que eu deveria ser entrevistado de qualquer maneira para falar sobre o livro. É só um exemplo para mostrar o resultado desta obra. Quem lê o livro percebe que escrevi cada capítulo com o coração aberto. Todos me dizem que o livro transpira sinceridade.

8) Existem novos projetos em pauta?

Estou com um projeto bem adiantado para um livro digital, associando texto, áudio e vídeo. É um plano pioneiro.
Até o meio do ano sai também uma história em quadrinho onde sou o protagonista. A obra será lançada pela Editora Europa e já está sendo desenvolvida há um ano.

Além desses projetos continuo coordenando a série “Superdicas”, em livro e audiolivro para a Editora Saraiva, e a série I superconsigli para a Editora Italianova, da Itália.

9) Conforme você disse, sua filha, Roberta Polito, lançou neste início de ano Amores Incertos, seu primeiro romance. Você incentivou-a para escrever o romance ou Roberta nasceu com vocação de escritora?

A Roberta sempre escreveu de forma correta e conhece bem a língua portuguesa. No ano passado ela me mandou alguns contos que estava escrevendo e fiquei muito surpreso com a qualidade do trabalho. Li tudo com bastante cuidado e fiz algumas observações. Ao ver meu interesse ela se entusiasmou e resolveu voar mais alto.

O editor da Editora Europa, Roberto Araújo, e sua esposa Shirley, que escrevem muito bem montaram comigo e com a Roberta um grupo literário. Toda semana um dos quatro sugere um tema e todos escrevem sobre aquele assunto. A Roberta é muito criativa e conquistou o Roberto com seus contos.

Quando o romance da Roberta estava pronto, e ela nem imaginava que poderia ser publicado, mandei para o Roberto. Ele leu e adorou. Só que como tinha esse contato por causa do grupo não quis tomar nenhuma decisão. Ficou com receio de decidir pela amizade e não pelo profissionalismo.

Tirou o nome da Roberta do livro e passou para outro editor dar o parecer técnico. Sem saber de quem se tratava, nem mesmo se era homem ou mulher quem o escrevera, a resposta foi: eu publicaria o livro imediatamente.

Assim nasceu a escritora. As livrarias também se encantaram e estão expondo o livro com enorme destaque. É possível encontrar pilhas do livro nas redes de livrarias Cultura, La Selva, FNAC, Saraiva etc.

Todos ficam impressionados quando descobrem que é o primeiro romance dela. Já nasceu com experiência e maturidade. Você lê a história e viaja com ela. O leitor tem a impressão de que passeia pelas ruas de Florença, Roma, Veneza. Eu nunca fui ver a festa do Palio em Siena, mas pela leitura do livro já sei como é.

O segundo livro já está na metade. Roberto Araújo não quis correr o risco de perder a autora e encomendou outra obra, pois outras editoras perceberam que se trata de uma escritora competente e já mostraram interesse em seus livros.

10) Que conselho daria aos jovens que desejam serem escritores?

Quando percebi a vocação da Roberta sugeri que estudasse com profundidade a arte de escrever. Ela entrou de cabeça e leu tudo o que encontrou pela frente. Começou lendo “Cartas a um jovem escritor”, do Mário Vargas Llosa e todas as obras que tratavam da arte de escrever livros.

Hoje ela reconhece que essas leituras ajudaram bastante. Ela escreveria sem eles, mas, talvez, sem a qualidade que conseguiu apresentar.
Minha sugestão, portanto, aos jovens escritores é que estudem muito bem essa arte. Aprendam os pilares básicos de como escrever livros.

Comecem publicando textos menores em blogs e sites. Abram suas obras para a crítica de amigos, conhecidos e até desconhecidos. Aprendam que é melhor receber críticas antes de publicar definitivamente seus livros. Saibam que depois de publicados os livros não lhe pertencerão mais. Serão de propriedade dos leitores.

Conheço pessoas que escreveram sem se preocupar com pesquisas, sem se aprofundar nos temas que abordaram, sem analisar as características de suas personagens. Foram tão criticadas que se sentiram desestimuladas a continuar.

Escrever é uma arte que se aprende fazendo. Quanto mais a pessoa escrever mais competente se tornará. Tem de saber também que depois que o livro estiver pronto não será fácil publicar, que depois de publicado também não será fácil vender. Entretanto, o prazer de escrever irá compensar todos esses desafios. Vale a pena.

Esta entrevista foi realizada por Isabel Furini para o jornal Indústria&Comércio, de Curitiba.
Isabel Furini - e-mail: isabelfurini@hotmail.com

quinta-feira, 15 de março de 2012

LANÇAMENTO "EU QUERO SER ESCRITOR"

Um livro que analisa o gênero literário crônica será lançado em 27 de Março, 19 horas, no Palacete dos Leões, Av. João Gualberto, 530, Curitiba - entrada franca.
Maiores informações e-mail: isabelfurini@hotmail.com

No final do livro "Eu quero ser escritor - crônicas"de Isabel Furini, publicado pela editora Instituto Memória, o leitor encontrará trabalhos de diferentes autores. O artista plástico Carlos Zemek foi um dos autores convidados e escreveu a crônica "No mundo dos sonhos". No evento o público também poderá apreciar a exposição "O mundo dos sonhos" de Carlos Zemek.
Para ver as obras do artista clique aqui

quarta-feira, 14 de março de 2012

Concurso de contos cidade de Araçatuba

EDITAL: Concurso Literário
(INSCRIÇÃO GRATUITA - PRÊMIOS EM DINHEIRO).

25.º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba - (internacional, mundo lusófono)

Art. 1º - A Secretaria Municipal de Cultura torna público o 25.º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba (internacional, mundo lusófono), destinado a escritores lusófonos de países que têm o português como idioma oficial.
§1.º - As inscrições se darão de de 15 de janeiro a 03 de maio de 2012;
§ 2.º - Durante o concurso de 2012, será homenageada a escritora araçatubense, recentemente falecida, Sra. Lúcia Piantino.

[b]Da Participação[/b]

Art. 2º - Para concorrer, os interessados deverão mandar um conto inédito digitado (apenas um), com pseudônimo, para o e-mail:
contosaracatuba@gmail.com ,
na forma de anexo (postagem eletrônica):

§1.º: entende-se por inédito o conto que não participou de nenhuma coletânea de vários autores, nem de livro do participante como autor único e/ou tenha sido premiado em outro concurso literário realizado no seu país;

§2.º: os textos devem ser escritos em português, de acordo com o novo acordo ortográfico;

§3.º: serão desclassificados os contos postados após 03 de maio de 2012. Apenas serão aceitas inscrições e textos remetidos por e-mail. O recebimento será confirmado também eletronicamente;

§4.º: serão desclassificados os textos que a Comissão Julgadora considerar plágio evidente.

§5º: serão desclassificados os textos digitados em qualquer outra formatação que não a recomendada nos Art. 3º , 4º e 5º.

§6º: será desclassificado o participante que concorrer com mais de um conto.

Da Apresentação:

Art. 3º - Os textos deverão ser digitados em corpo 14, espaço duplo, não ultrapassar 10 (dez) páginas, papel A4, margens de 2,0 cm, fonte "Times New Roman", sem ilustrações, apresentar título e o pseudônimo adotado.
Art. 4.º - No endereço contosaracatuba@gmail.com , o participante manda sob a forma de anexo o conto, com título e pseudônimo;

§1.º: no endereço julgarcontos@yahoo.com.br , o participante deverá remeter o título de seu conto, seu nome, R.G., e endereço de correio (rua, CEP, cidade, estado, telefone (fixo e celular) e pseudônimo usado no conto.

Art. 5º. - A falta de algum dado que impossibilite identificar o autor do conto, caso seja premiado, desclassificará o concorrente.
§1.º: mais informações: www.concursodecontos.blogspot.com,
§2.º: o telefone (18) 3636 1270, e o e-mail secretariacult@gmail.com, serão canais de comunicação entre contistas e Secretaria Municipal da Cultura de Araçatuba.

Art. 6.º - Caso o conto do participante for premiado, este deverá apresentar em 10 (dez) dias fotocópia do R.G e do CPF (ou documento similar, se for estrangeiro), número da conta bancária (caso receba prêmio em dinheiro);, comprovante de residência (conta de luz, água, telefone fixo) para os concorrentes da categoria C; autorização de publicação, assinada, de seu conto premiado pelo concurso em coletânea dos contos vencedores.
§1.º - caso não cumpra tais exigências no prazo estipulado, o participante será desclassificando, sendo chamado o subsequente Dos critérios básicos de julgamento

Art. 7.º - Ser um texto narrativo com viés literário, centrado num só conflito, com espaço e tempo concentrados conforme o gênero "conto", apresentando:

a) a figura da personagem central;
b) verossimilhança (externa): relação com a condição humana;
c) focalização coerente e perceptível.



Art. 8º - Será instituída Comissão Julgadora composta por escritores e professores de curso de letras, convidados pelo secretário municipal da Cultura de Araçatuba.
§único – a comissão terá liberdade e autonomia de organizar seu trabalho de leitura e julgamento, tendo o prazo para entregar os resultados até 15 de julho de 2012.

[b]Das premiações[/b]

Art. 9.º - Haverá três categorias de concorrentes:
a) contistas nacionais
1.º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais)
2.º lugar: R$ 1.500,00 (mil reais)
3.º lugar: R$ 500,00 (quinhentos reais)
Até cinco menções honrosas

b) contistas estrangeiros (mundo lusófono)
1.º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais)
2.º lugar: R$ 1.500,00 (mil reais)
3.º lugar: R$ 500,00 (quinhentos reais)
Até cinco menções honrosas.

Observação: a remessa do prêmio está condicionada às leis e regras
bancárias vigentes no Brasil.

c) contistas regionais (região administrativa de Araçatuba)
1.º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais)
2.º lugar: R$ 1.500,00 (mil reais)
3.º lugar: R$ 500,00 (quinhentos reais)
Até cinco menções honrosas

§1.º - entende-se por mundo lusófono os seguintes países: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Timor Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde;

Art. 12.º - Os contos premiados, inclusive com menção honrosa, farão parte da coletânea "Contos selecionados".

Art. 13.º - A entrega dos prêmios se dará em Araçatuba, no dia 14 de setembro (sexta-feira) à noite.

Art. 14.º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Secretário Municipal de Cultura.

segunda-feira, 12 de março de 2012

AS EMOÇÕES QUE O VINHO DESPERTA


Os enólogos vão curtir este livro de Fábio Antonio Filipini, “Do vinho as emoções”, (Editora Caravansarai, 2010, 125 p.). É difícil determinar o gênero literário, simplesmente porque é o vinho, o seu sabor, sua cor, seu corpo, que são apresentados nessas páginas. Mas o autor considera que são crônicas sobre o vinho e, como esse gênero é muito amplo e admite o ponto de vista, consideramos que a obra é composta de crônicas lírico-reflexivas.

O engenheiro Filipini, que já escreveu livros técnicos, participou de um curso sobre vinhos no Centro Europeu de Curitiba e decidiu escrever um livro sem seguir uma metodologia determinada. As ideias vão e voltam. Surgem dessa maneira frases poéticas inspiradas no vinho. Por exemplo, a página A complexidade termina com a seguinte frase: “Apreciar o complexo não tem nexo, é de ficar perplexo”. Já no texto “Maduro”, termina com a frase: “Seja maduro, não tão duro, não fique em cima do muro”.

Podemos ver que o texto vai fluindo como o vinho, ora é reflexivo, ora poético. Filipini escreve: “O vinho é uma criança, vive sem dúvida na mente pela eternidade. Por sua composição física, o vinho é. No vinho não existe dúvida de verdade.” O trabalho gráfico é de alta qualidade, os quadros escolhidos para ilustrar cada um dos textos são de notável excelência.


Na crônica O processo, lemos “O vinho é o catalisador do viver”. Os apreciadores de vinho que gostam de prosa poética com reflexões disseminadas ao longo das páginas poderão perceber a beleza dessa obra. Um conselho: é bom ler enquanto se está degustando um tinto leve ou um branco encorpado, talvez um espumante ou um frisante, um rosé ou outro que o leitor aprecie. Pois o livro “Do vinho as emoções” é isso mesmo, uma configuração poética-reflexiva do ato de beber e apreciar vinhos.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O LIVRO DO ESCRITOR por Thiago Rapsys



Thiago Rapsys publicou no Blog Eco Livros a resenha de uma obra de minha autoria. Fiquei admirada, pois não é comum estudantes do Ensino Médio ter interesse pela arte da escrita. Thiago autorizou a reprodução da resenha:

Logo de início me empolguei com o livro! O título é chamativo, desperta curiosidade (principalmente em quem já pensou em escrever). O livro é fruto de um trabalho longo e intenso feito pela Isabel - e eu a reconheço muito por isso - em 1999, Curitiba. "O livro do escritor foi concebido a partir das Oficinas de nome Como Escrever um Livro, que ministramos em duas instituições da cidade de Curitiba: no Solar do Rosário (de 1999 até 2008) e no Centro Filosófico Delfos (de 2000 até 2009)", esclarece a autora.

Ela esclarece também que o livro não é um passo-a-passo de como fazer um livro. O livro dará sinais para você seguir o seu caminho. No começo ela enfatiza muito você escrever uma página por dia, com a finalidade de criar um hábito - e fazer disso um ótimo instrumento para o ramo.

O Livro do Escritor (ed.Instituto Memória, 2009) abrange muitos detalhes que, para nós leitores, nem notamos o quão foi difícil. Como por exemplo: como iniciar, disciplinando-se, por que escrever?, o ato de escrever, o trabalho, o conto, função do conto, a cena final, contraste, o narrador, a importância do narrador, o personagem, criação dos personagens, discurso direto e indireto, o enredo, o romance, como escrever livros infantis?, elementos da composição literária etc.
E se erramos? Se erramos - e todo autor erra alguma vez - devemos lembrar o maravilhoso poema sobre Picasso, de Afonso Romano Sant'Anna, que inicia com uma afirmação: "Picasso erra quando pinta e erra quando ama". E finaliza dando uma nova dimensão ao erro. "Ele erra, mas nele, o erro, mais que erro - é errância".
O livro do escritor | Página 19

No final de cada capítulo há exercícios para você praticar a sua escrita. Esses exercícios costumam ser a criação de contos (se você não sabe, leia o livro que tira praticamente todas as dúvidas sobre isso). E junto com os exercícios, no final do capítulo, ela passa uma sugestão de leitura.

Tudo é muito enriquecido em mínimos detalhes com citações de livros clássicos, de renomados autores (como Hermann Hesse, Machado de Assis, Goethe etc.) e suas próprias palavras. Palavras de alguém que entende do assunto.

O livro limita-se um pouco, o foco são os iniciantes e/ou pessoas que realmente querem escrever uma obra, mas não fazem ideia de como começar ou de como fazer isso ou aquilo. Mas no meio há dicas para quem já é escritor também. Recomendo esse livro à todos. Todos que quiserem escrever um livro, ter motivação para tal atitude ou mesmo por curiosidade!
Thiago Rapsys

quarta-feira, 7 de março de 2012

Adélia Borges lança o livro Design + Artesanato: o caminho brasileiro



RELEASE

LANÇAMENTO
Em 19 de março, às 18h30, Livraria Fnac - Curitiba
ua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza 600 Loja 101 – Tel (41) 2141-2004

A curadora, escritora e professora da história do design, Adélia Borges, lança no dia 19 de março em Curitiba o livro Design + Artesanato: o caminho brasileiro (Editora Terceiro Nome), que faz uma radiografia da revitalização recente do objeto artesanal brasileiro. Ela decorre da aproximação dos campos do design e do artesanato, atividades que até então eram vistas como em oposição e que hoje se complementam. Em comunidades espalhadas pelo país, iniciativas marcadas pelo empreendedorismo e pela inovação social trazem um novo impulso ao desenvolvimento sustentável local. Esse fenômeno vem ocorrendo, sobretudo, desde meados dos anos 1990, e a autora acompanha suas manifestações desde então, o que lhe permite analisar acertos e equívocos dos caminhos percorridos e fazer indagações para o futuro.

Fartamente ilustrado, o livro tem 240 páginas e edições em português e inglês. O patrocínio é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da agência de publicidade Leo Burnett Taylor Made (LBTM), com apoio do Ministério da Cultura por meio da Lei Rouanet.

“Não há um procedimento padrão ou receituário para as ações de revitalização do artesanato – e nem poderia ser de outra forma, já que diferentes situações exigem diferentes respostas”, diz Adélia Borges no livro. “Se não há uma resposta única, há alguns pressupostos. A constatação e a análise do que pré-existe num determinado lugar são condições indispensáveis para traçar uma estratégia de trabalho, caso a caso”.

Com quase três décadas de dedicação ao estudo do design, Adélia Borges faz uma análise meticulosa das ações desenvolvidas em todo país e contribui para enfraquecer o preconceito que atribui conotação de inferioridade ao que é feito à mão e de superioridade ao que é projetado pelo intelecto.

“Numa visão mais ampla relacionada às políticas públicas, espero que o livro possa ajudar na disseminação pela América Latina de iniciativas de requalificação do objeto artesanal”, escreve a autora. “Temos pobreza sim, temos carências, muitas. Mas também temos um potencial que está em nossos materiais e na nossa capacidade de transformá-los, um capital individual e coletivo que pode ser transformado em capital social.”

Sobre o futuro do artesanato, Adélia Borges é categórica ao discordar dos que apregoam seu fim há décadas. “Os prognósticos de desaparecimento não se confirmaram. Há vários indícios, ao contrário, de que o lugar do artesanato na sociedade contemporânea está se expandindo”, escreve a autora. “Esse crescimento se lastreia não mais meramente na capacidade dos objetos de atender à sua função, mas na sua dimensão simbólica. Nessa ressignificação, o que passa a contar é a capacidade dos objetos de aportar ao usuário valores que vêm sendo mais reconhecidos recentemente, tais como calor humano, singularidade e pertencimento.”

Cerâmicas com motivos de pinturas rupestres no Piauí; cuias feitas de massa de papelão reciclado e fibras de bananeira em Minas Gerais; sementes de urucum utilizadas como corante de tecido no Amazonas; o avesso e o direito com igual importância em um tapete de nozinhos no Rio de Janeiro; flores feitas de couro de peixe no Mato Grosso do Sul; bolsas e cestos feitos de capim-dourado em Tocantins; a fauna local transformando-se em peças originais no Rio Grande do Sul. Esses e muitos outros casos, seus alcances, potencialidades e riscos, são o objeto da instigante análise de Adélia Borges.

O público potencial da publicação é amplo, englobando as pessoas que se interessam pelo design e pelo artesanato como expressões culturais e também aqueles que apostam no poder de transformação decorrente do empreendedorismo social e da economia solidária.

Sobre a autora
Adélia Borges tem uma atuação profissional estruturada em três eixos: os textos (para imprensa e livros), as exposições e as palestras e aulas. Jornalista pela ECA-USP, foi na direção editorial da revista Design e Interiores, de 1987 a 1994, que passou a se especializar em design. É autora ou co-autora de mais de 10 livros, entre eles “Designer não é personal trainer”, da Editora Rosari. Artigos, textos para catálogos ou capítulos de livros de sua autoria já foram publicados – além de português – em alemão, coreano, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês.

Desde o início dos anos 1990 Adélia realiza exposições e projetos culturais, em vários locais do Brasil e do exterior. De 2003 a 2007 dirigiu o Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Em 2008, coordenou a equipe encarregada da elaboração do projeto conceitual do Pavilhão das Culturas Brasileiras, que ocupa o edifício projetado no início dos anos 1950 por Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera. Em 2010, foi curadora-chefe da Bienal Brasileira de Design.

Professora de história do design na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e na Escola São Paulo, Adélia faz palestras e já se apresentou em quase todos os estados brasileiros e quase duas dezenas de países em quatro continentes (América do Norte, América do Sul, Ásia, Europa e Oceania). www.adeliaborges.com

Editora Terceiro Nome
www.terceironome.com.br
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