sábado, 29 de janeiro de 2011

OFICINA COMO ESCREVER LIVROS - O ROMANCE

OFICINA COMO ESCREVER LIVROS - O ROMANCE

Como vencer o desafio de escrever um romance? Conheça os segredos do universo ficcional. Como criar personagens marcantes? Como escolher e enriquecer o enredo? Aprenda a escrever um livro passo a passo, aprimorando o estilo. Descubra sua voz literária.
Professora: ISABEL FURINI
Data: Fevereiro a Abril de 2011 / 4ªs feiras Horário: 17h15 às 19h15Preço: Parcelas mensais de R$ 150,00.

Solar do Rosário, rua Duque de Caxias n° 4, Largo da Ordem, fone: (41) 3225-6232.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

OS PERSONAGENS NOS CONTOS E NAS CRÔNICAS



Máximo Gorki em Como Aprendi a Escrever (página 75), afirma: A arte da criação literária, a arte de forjar personagens e tipos existe imaginação, intuição, habilidade para “compor coisas” nos quadros da mente.



Gorki considera que é possível escrever ficção, descrever, por exemplo, um tipo de comerciante ou de operário retratando uma pessoa que o autor conhece, mas que para aumentar a amplitude e profundidade, um escritor deve conhecer vinte cinqüenta ou cem comerciante ou operários, traçar seus perfis, costumes, crenças, atitudes, expressão e depois, sintetizar todas as características em um personagem.

No momento de trabalhar a história é preciso fugir do lugar comum. A inversão, a substituição de um elemento pelo seu contrário, dá ao conto o sabor do inesperado.

O personagem não precisa ser simples, lembremos de Tartufe disfarçado de devoto, o diabo, de criança, o jovem príncipe de mendigo – atitudes estranhas de um personagem ou o equívoco de suas ações pode dar vida à obra de ficção.

Seres humanos são contraditórios, por que os personagens não poderiam também mostrar contradições entre palavras e ações? Ou contradições internas, por exemplo, entre o dever e o desejo. O orador pode ministrar uma palestra emocionante sobre o problemas dos ciúmes, porém terminado a palestra brilhante pode sentir ciúmes da esposa. O médico pode fazer um belo discurso sobre a necessidade de parar de fumar e, terminada a palestra, acender um cigarro. Um homem pode desejar ser amável, mas fala agressivamente quando é contrariado. O gerente tenta se controlar, mas quando não encontra o relatório tem um acesso de raiva.

O trabalho de personagem deve ser intenso. Um personagem é um revelador de uma faceta do homem. Máximo Gorki (página 91) dizia que “um escritor só poderá criar vivos retratos de pessoas típicas se possuir bem desenvolvido o poder de observação, a capacidade de encontrar semelhanças e descobrir diferenças e se está disposto a aprender, a prender e aprender.”

A crônica trabalha o personagem como espelho. A crônica tira as vestes das pessoas, as ajuda a entender a própria subjetividade, a rirem de si mesmas e do mundo. Faz lembrar de um personagem da mitologia asteca chamado Texcatlipoca, o senhor do espelho fumegante. Tezcatlipoca vestido como um homem simples chega ao palácio de Quetzalcoatl dizendo que tem um presente especial. Quetzalcoatl o recebe e quanto pergunta pelo presente o visitante lhe mostra um espelho. Quetzalcoatl fica admirado e desesperado ao mesmo tempo e pergunta: Todos me vêm desse jeito. O visitante disse que sim. Quetzalcoatl, triste, confessa que ele não sabia que era tão feio, que ele não se conhecia até ver-se refletido nesse espelho.

O cronista, muitas vezes, é como um novo Tezcatlipoca, o senhor do espelho. De fininho, de maneira simples, aproxima o leitor de um espelho para possa ver o próprio rosto. Aquele rosto cheio de marcas de raiva, de dúvidas, com algum sulco de inveja, com instintos que lembram aquele conceito freudiano de que em todo homem existe um canibal, ainda que nem sempre ele se manifesta.

Esse conceito do personagem como um de ficção no qual nos espelhamos nos faz entender a posição de Platão e Aristóteles. Eles entendiam que os protagonistas deveriam ser virtuosos para servirem de exemplo aos homens.

domingo, 16 de janeiro de 2011

10 ERROS DE REDAÇÃO


Um jovem estudante enviou um e-mail solicitando orientações práticas para escrever. Ele quer conhecer os 10 erros e os 10 acertos na redação de um texto.

A mídia acostumou as pessoas ao número 10 – Os 10 livros mais vendidos; as 10 músicas mais escutada; os 10 artistas mais famosos de Hollywood; as 10 mulheres mais belas do mundo. Por que não os 10 acertos ou os 10 piores erros de redação?

Começarei com as más notícias e deixarei a boas para os próximos dias. Iniciarei com os dez erros. Segundo minha opinião, cada educador deve ter sua lista, mas coloco a minha – que não é definitiva - no intuito de auxiliar os estudantes. E não falo de erros ortográficos – tem especialistas que cuidarão da nova ortografia – eu falo da maneira de estruturar um texto.

O aforismo esclarece que “a crítica é fácil e a arte difícil”. E é assim mesmo, quando a gente olha o texto de outro parece que é tão... como dizer... pobrezinho! Sem imaginação, cheio de erros. Céus! Como eles escrevem mal, pensamos. Mas quando é nosso texto que está em julgamento sempre achamos uma maneira de dissimular os desacertos.

Existem erros que são como chicotadas nas cabeças e corações dos queridos professores.
Então, não massacre o professor com erros pungentes. (Lembre que eles são os felizes possuidores de armas letais chamadas notas).

Eu fiz uma lista dos dez erros comuns. São orientações que podem ajudar no momento “h”:
1) Evite escrever um texto longo demais. Só autores muito especiais podem fazer isso sem cansar o leitor. Textos longos tem tendência de serem monótonos.

2) Cuidado com as repetições de palavras ou de idéias. Leia e releia seus textos para cortar repetições. Corte as redundâncias. Entre as mais comuns: subi para cima, desci para baixo, sai para fora, entre para dentro, o desenlace final da novela, ganhei um brinde grátis.

3) E o gerúndio? Não caia no gerundismo. Na atualidade existe uma guerra contra o gerúndio. Então não exagere. O gerúndio pode ser usado com bom senso. Não é utilizado quando o verbo está no futuro. Se falar, por exemplo: estarei passando a ligação, alguém poderá assinalar: você está errando. O gerúndio denota ações no presente. Mas o gerúndio pode ser usado corretamente quando transmite idéias de movimento, progressão, duração, continuidade. “ Ficou lendo um livro”, “permaneceu um longo tempo olhando pela janela”, “ pegando o microfone falou calmamente”, etc.

4) Evite infantilizar o texto colocando diminutivos: Joãozinho brincava com um carrinho com seu amiguinho (até crianças detestam essa forma de falar, pior ainda colocar em textos).

5) Cuidado com o advérbio de modo. Seu uso é correto, mas a abundância de “mente” dá a sensação que estica a frase. Monotonamente.

6) Evite gírias, que podem comprometer uma redação. Com exceção de casos em que o discurso dos personagens exige gírias para dar verossimilhança.

7) Suprima também estrangeirismo. Defenda sua língua. A língua portuguesa é riquíssima. Se o personagem lembra seu passado, porque dizer que o autor faz um flash back, se em português existe a palavra recuo, uma das acepções da palavra recuo é: afastamento no espaço e no tempo.

8) O Romantismo teve uma época de ouro. Porém, as frases usadas pelos escritores e poetas românticos foram mal empregadas e se desgastaram. Algumas tornaram-se clichês como: “o fogo da paixão”, “o amor é como o fogo”, “meu coração sofreu”, “cabelo da cor do trigo”etc.

9) Não exagere. É verdade que às vezes sentimos raiva, e até desejos de dar um soco no nariz de alguém que despreza nossa novela preferida ou que elogia um livro que odiamos. Mas, no momento de escrever temos que tentar... ao menos tentar, argumentar de maneira clara e equilibrada. Nem sempre é possível, eu sei...

10) Uma regra de ouro: Não copie o texto de outro, talvez ele seja pior escritor do que você.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

LA NOCHE DE PEDRO PÁRAMO (poema)

Silencia el trueno amordazado en el árido desierto,
la noche macilenta
aprisionada por las violentas gárgolas del rencor, arquea.

Noche que alimenta sombras, matriz de espectros
que deambulan por la árida tierra de los muertos.
Noche disfrazada de efigie de proa
naufraga en angustiados alfabetos.

(El abismal relato de Juan Rulfo penetra en los oídos
y en el alma,
mientras falanges descarnadas excavan remembranzas.)

Nada se mueve en lontananza.
Nada se mueve en esa noche sin estrellas.
Noche de niños muertos
enterrados en cajones blancos con arabescos.

Noche deshabitada – sin esperanzas, muerta,
casi un contorno de casas en penumbra,
las puertas aúllan y agrietan lúgubres sombras.

Sucumbe, verticalmente, la noche e impulsa el viento
que arremete contra ese pueblo polvoriento y olvidado,
trancado entre paredes de espectros y de traumas.

Pedro Páramo acecha nuestros pasos
con sus ojos crueles nos transforma en monolitos de piedra
y quedamos como estatuas avasalladas, inertes,
en el árido desierto de Comala.

Poema de livro inédito de Isabel Furini
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