domingo, 30 de junho de 2013

LUCI COLLIN E A ARTE DE ESCREVER ROTEIROS

Nossa entrevistada é a escritora Luci Collin, roteirista de “Os Quarentões” . É a história de três amigos quarentões e suas vidas monótonas, muito diferentes das vidas que eles sonharam quando eram jovens. Com diálogo leves e divertidos os três quarentões agradam os espectadores.

Luci, você é reconhecida como poeta e como escritora de ficção (conto e romance), como e quando começou o seu caminho como roteirista?
Escrever roteiros para TV é uma experiência nova na minha carreira. Publiquei mais de dez livros (comecei a publicar em 1984), escrevi vários textos para teatro que foram encenados, colaborei com artigos e ensaios em vários jornais e revistas nacionais e internacionais ou seja, já experimentei amplamente em relação aos gêneros e aos formatos  literários, mas só agora apareceu esta oportunidade de roteirizar para TV.

Qual a diferença de abordagem?  Qual é a sua técnica para iniciar um conto, para iniciar um romance e para iniciar um roteiro?
Não há exatamente uma técnica específica prévia a cada gênero há, antes, uma tendência ou impulso inicial inerente ao formato de cada expressão; o conto é mais visceral e pode ser escrito com mais liberdade, o romance, em função da maior extensão do texto, acaba dependendo de uma estrutura mais planejada, e o roteiro é determinado pelo tema, tem uma duração preestabelecida, uma adequação da linguagem para o público do horário em que o programa será exibido, e muitas outras características a serem respeitadas.

A divisão do tempo no roteiro é algo difícil de ajustar? Ou seja, como o roteirista pode ajustar o roteiro ao "tempo" do diretor.
O tempo é, de forma aproximada, definido pelo número de laudas escritas. As variações necessárias ficam por conta da direção, que pode cortar ou inserir elementos no texto em função do tempo disponível, ou adaptar alguns detalhes do texto em função do cenário, por exemplo. Creio que o roteirista deva ser neutro, deixando espaço para que o diretor crie a partir do texto. Evito ser didática no roteiro porque acredito que ele depende muito da mão/do olhar do diretor – o resultado deve contemplar as diversas formas de autoria e de realização artística.

Como  foi o seu entrosamento com o episódio "Quarentões"? Você só entregou o roteiro ou acompanhou a filmagem?
Acompanhei a gênese do projeto, que tem argumentação do Gerson Delliano; ele trouxe a ideia para o programa, concebeu os traços gerais que marcam o que é ser um "quarentão", e também definiu que seriam três personagens com seus dramas típicos. Eu aprofundei as características psicológicas de cada um e escrevi sete episódios com as peripécias dos quarentões Ricardo (Gerson Delliano), Ari (Edu Régnier) e Walter (Luis Brambilla). Acompanhei uma filmagem e gostei muito de ver os quarentões ganhando vida pelo trabalho dos atores e do diretor Fernando Coelho e sua equipe.

Fale sobre seus projetos para o segundo semestre.
Pretendo lançar um novo livro de contos, mas ainda estou em negociações com a editora. E espero que os Quarentões ainda aprontem muitas e que a gente possa participar desta divertida experiência de compor estes personagens tão posmodernamente tragicômicos.

Isabel Furini é escritora e educadora. Orienta oficinas literárias. Mais informações pelo e-mail: isabelfurini@hotmail.com



terça-feira, 18 de junho de 2013




O jornalista Willy Schummann lança o seu primeiro romance, "Cidade dos Monges" (Editora LivroNovo,

166 p.), e escolhe o assunto mais difícil para ser o centro de um livro ficcional nos dias atuais: o amor. Tanto se tem escrito sobre o amor desde a época do romantismo que o escritor ao escolher esse tema se arrisca a cair no piegas. Mas o livro não cai em armadilhas, pois Willy é dono das palavras. Seu trabalho de jornalista lhe proporcionou um precioso campo de experiência para a escrita. O romance avança porque o protagonista viaja, conhece locais e pessoas interessantes, além de se apaixonar por Joana, uma moça nascida em Sarajevo, mas que mora em Munich.

O protagonista vive intensamente. E vemos o mundo através de seus olhos. Esse livro é um convite a viajar, sentir e refletir. O dinamismo, o estilo rápido e a história dos locais da Europa que visitou ajudam a dar movimento à obra. A história de amor é o centro, a trama principal, mas o romance é muito mais do que isso. Fala de amor e de amizade, de vida e de morte, de fracasso e de esperança. Um livro do qual gostei e recomendo.

Na continuação, um parágrafo do capítulo "Em Munique":

"A vida pode ser maravilhosa. O tempo todo, vivemos como se caminhássemos em uma cadeia de montanhas: por um período de tempo estamos caminhando na parte superior da montanha e, logo depois, caminhamos pela parte inferior. A caminhada vai nos permitir saber o que o nosso destino nos reserva. William Shakespeare tinha razão quando afirmou: Nosso destino não está escrito nas estrelas, mas em nós mesmos".
- Dan, Dan! – repetiu Joana ao perceber que eu havia me perdido em meus pensamentos."
Resenha de Isabel Furini.
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