quarta-feira, 27 de julho de 2011

RESENHA: De doze em doze horas







Esse livro de poemas de Alexandre França (editora 1801, 2010, 120 páginas) nos convida para observar a passagem das horas com os olhos do poeta. A subjetividade nos permite ver ambientes, pessoas, a própria cidade de um ponto de vista diferente: “ à noite mergulhar no fim mudo da linguagem, /modelar ruma raça...”.

A poesia de Alexandre França é moderna e imprevisível. Foge dos moldes, dos padrões. França nos leva por caminhos desconhecidos, abre diante de nossos olhos um mundo ignorado, uma dimensão poética que seduz pela beleza e assusta pela crueldade de alguns assuntos que aborda com singularidade. Vejamos o poema Moradia:
há uma cidade
no meu travesseiro,
um estado
embaixo da cama,
um país
entre a janela e a veneziana,
um mundo
num porta-retratos.
e você,
onde mora
aqui dentro
de casa?

Márcio Mattana enfatiza: “Embora Alexandre França nos ofereça um ciclo completo de manhã, tarde e noite, há sempre uma sensação meio noturna a brotar de seus versos. A manhã se mistura à madrugada e quase tudo é vivido dentro de quartos e salas, oscilando entre o sono e a insônia: “Há sempre alguém acordado por você”.

domingo, 10 de julho de 2011

Livro Passageiros do Espelho

RESENHA: PASSAGEIROS DO ESPELHO
A coletânea de contos tem a característica de respeitar o estilo de cada autor. Podemos então nos deleitar com os retratos muito bem elaborados por Bruno Camargo Manenti. Outros de alta dramaticidade, entre eles os trabalhos de Alessandra Pajola, Alessandra Magalhães, Fernando Scaff Moura, Sônia Cardoso e Zeltia G. Não falta uma visão do mundo espiritual feita pela professora Natália Bueno. Já o escritor Fernando Botto lembrou a infância e Maria Edna fala da idade madura. Elayne Sampaio e Ricardo Manzo nos levam por caminhos inesperados. Fernando Scaff Moura nos empurra para uma época de horrores que ainda está viva na memória da América Latina.
Na apresentação de “Passageiros do espelho”, José Feldman, da Academia de Letras do Paraná, fala: “Morremos e renascemos a cada conto. A cada espelho. Nos vemos confiantes, solitários, agoniados, suicidas, aliviados, tristes e alegres. Somos vários espelhos, mas ao final, apenas um”.
A escritora e poeta Adélia Maria Woellner escreveu no prefácio: “Os ‘passageiros do espelho’ rompem silêncios, oferecendo suas histórias, seus devaneios, seus encantos, os arcanos da imaginação”.
Fortalece esse trabalho a colaboração especial do escritor, professor e crítico literário Miguel Sanches Neto, que nos convida a fazer uma “Viagem de Volta”.
Nas orelhas do livro a atriz, radialista e escritora gaúcha Ângela Reale destaca que no livro penetramos “em mundos tão diversos, em encontros inusitados, sonhos desfeitos, amores de longe e de perto, saudades, morte e vida”.
Cada um dos contos é como um reflexo do acontecer. É a vida que se espelha na construção ficcional. Múltiplas manifestações construindo ninho nas palavras – e nos silêncios.
Esse trabalho começou em fevereiro deste ano, quando a Editora Íthala nos convidou para organizar uma coletânea de contos com alunos e ex-alunos da oficina “Como Escrever um Livro”, que ministramos no Solar do Rosário, o espaço criado pela doutora Regina Casillo. Como o número de participantes era limitado, falamos com os alunos do curso do primeiro semestre. Nem todos estavam dispostos a embarcar na aventura de escrever, reescrever e publicar. Alguns decidiram que ainda não estavam preparados ou que não podiam dedicar muito tempo a esse trabalho. E respeitamos a decisão de cada um deles.
Foi então o momento de falar com alguns ex-alunos com os quais mantemos contato pelo e-mail, como é o caso do escritor e professor Fernando Botto. Ele morou um tempo na Angola e, muito gentil, procurou-me quando voltou a Curitiba para que eu autografasse alguns exemplares de “O Livro do Escritor” para enviar a seus amigos angolanos. Também mantivemos contato com a jornalista e professora Alexandra Pajola, que participou da oficina e tem paixão pela escrita. Alessandra Magalhães e Natália Bueno, cada uma com seu estilo, destacaram-se durante as oficinas, e sempre enviam e-mail falando de seus novos trabalhos. Com Sonia Cardoso foi um encontro casual na recepção da Biblioteca Pública do Paraná. Ela já havia publicado um romance e estava iniciando outro trabalho literário quando eu fiz o convite para participar da antologia. Sonia aceitou imediatamente. Ela havia participado de uma oficina de contos que eu ministrei no Delfos, e tinha vários contos escritos. Uniu-se ao grupo minha amiga Sandra Rey Mosteiro, cujo pseudônimo é Zeltia G. Ela mora na Espanha, país onde edita a revista ZK 2.0.
O convite ao escritor Miguel Sanches Neto também surgiu espontaneamente. Ele havia sido meu entrevistado, e eu gostei muito da honestidade de suas respostas, além de admirar seus trabalhos como “Chove sobre minha infância” e “Venho de um país escuro”.
Os trabalhos foram árduos. Eu sei que o crítico acha que poucos trabalhos têm verdadeiro valor, mas eu quero mostrar os passos de um livro do ponto de vista do escritor. Escrever, reescrever sabendo que é impossível agradar a todos, mas cinzelando os contos com paixão. Só faltava uma boa apresentação para o nosso livro. A poeta Adélia Maria Woellner, pessoa despojada de vaidade, disse humildemente que escreveria, mas que se não gostássemos do prefácio, poderíamos ficar à vontade para escolher outra pessoa. Adélia é membro da Academia de Letras, e ficamos comovidos com a sua humildade. José Feldman, que apresenta o livro, é escritor, poeta e presidente da Academia de Letras do Paraná. Faltava só escrever as orelhas. Era um trabalho que eu pessoalmente não queria fazer, porque, além de organizar a coletânea, dois contos de minha autoria estavam lá, e acho triste quando a mesma pessoa organiza, escreve, prefacia, apresenta, faz as orelhas... Dá a sensação de orquestra de uma pessoa só. Eu gosto da diversidade. Gosto de olhares diferentes. Então solicitei a participação da atriz e cronista Angela Reale. Por fim, o trabalho estava tomando forma.

LANÇAMENTO
O lançamento de “Passageiros do Espelho” será em 26 de julho, a partir das 19 horas, no Palacete dos Leões, na Rua João Gualberto, 530, em Curitiba. A entrada é franca. Os interessados podem solicitar o convite pelo e-mail: isabelfurini@hotmail.com
Será um prazer compartilhar esse momento com pessoas que amam a literatura.


Publicado no jornal ICNews, na coluna de Isabel Furini "Livros de Negócios", em 08 de julho de 2011.

3º CONCURSO DE POESIA “POETIZAR O MUNDO”

3º CONCURSO DE POESIA “POETIZAR O MUNDO” – Modalidade: Minimalista
Organizadora: escritora e poeta Isabel F. Furini, autora de O Livro do Escritor.

1) O Concurso de Poemas tem como objetivo estimular a produção literária e é destinado a todas as pessoas maiores de 18 anos que apresentem um poema minimalista inédito e escrito em português.

2) O tema é livre, a inscrição é gratuita e poderá ser feita até 30 de setembro /2011.

3) Cada concorrente poderá participar com apenas um poema minimalista (até 5 versos ou linhas) inédito (ou seja, ainda não impresso em papel, nem publicado na internet), que não tenha sido premiado em outro concurso.

4) Consideram-se inscritas as obras enviadas pelo e-mail: isabelfurini@hotmail.com
Em "assunto": 3º Concurso de Poesia: "Poetizar o Mundo".
Poema no corpo do e-mail, sem anexo, escrito em língua portuguesa, digitado em espaço 2 (dois), com fonte Arial, tamanho 12 (doze).

6) Deverá constar no final: o título do poema, nome completo do autor, seu endereço, e-mail, telefone, RG, e 4 ou 5 linhas de currículo.

7) A comissão julgadora será composta pelo professor, poeta e escritor Alvaro Posselt e pela poeta Maria Edna Holer de Oliveira, autora do livro “Alvorecer da Poesia”, pela editora Protexto de Curitiba.

8) Premiação: o primeiro lugar receberá troféu e diploma. O segundo e terceiro lugares receberão diplomas. Poderão ser escolhidas até três Menções Honrosas, que também receberão diplomas.

9) O resultado do concurso será divulgado em sites literários da Internet e no blog: http://www.isabelfurini.blogspot.com/ - e Falando de Literatura, do Bonde News.

10) O resultado será divulgado até 10 de novembro/11. Na ocasião, também serão homenageadas com placa comemorativa duas personalidades do mundo das letras: o bibliotecário José Domingos Brito, organizador das Antologias Como Escrever e Por que Escrever, e o poeta e escritor Cyl Gallindo da Academia Pernambucana de Letras.

11º) O encaminhamento dos trabalhos na forma prevista neste regulamento implica concordância com as disposições nele consignadas.

Os troféus e placas foram doadas pela poeta Maria Edna Hole de Oliveira.
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