segunda-feira, 9 de maio de 2011

O VENDEDOR DE SONHOS (Resenha)

O Vendedor de Sonhos: O chamado (Academia de Inteligência, 2008, 296 pág., R$ 29,90),
foi escrito por Augusto Cury, médico, psiquiatra, psicoterapeuta e um escritor de sucesso. Suas obras já venderam mais de 10 milhões de exemplares no Brasil.

O numero de exemplares vendidos deixa as pessoas curiosas e chama novos leitores. A pergunta é: como um livro consegue atingir um índice de vendas tão significativo?

O romance tem abordagem psicológica e emocional, procura dar lições de vida e critica a sociedade contemporânea (um hospício global). No início da narrativa um homem ameaça se jogar do alto de um edifício, em São Pablo. Seu nome é Júlio César Lambert. Ele é um professor universitário.

Um sujeito maltrapilho consegue aproximar-se do suicida e realiza um gesto incomum, oferece um sanduíche (isso encanta os leitores). Logo Júlio e o desconhecido passam a dialogar.

A história de Júlio pode ser parecida com milhares de histórias, (fato que comove o leitor). Júlio já traiu a esposa, contraiu dívidas e seu filho, João Marcos, envolveu-se com drogas.

O homem maltrapilho, que para alguns é um sábio e para outros, um louco, modifica a vida das pessoas. Faz lembrar aquela frase do famoso lingüista Alfred Korzibsky (1879-1950), popularizada pela Neuroglinguística: “mapa não é território”. O maltrapilho fala como um mestre e muda os mapas mentais. Mas quem é o vendedor de sonhos? Para dar mistério à obra, o narrador não revela quem é o personagem.

Ao sair do prédio O vendedor começa a dançar, forma-se uma roda, Júlio é puxado para dançar é sente-se invadido pela sensação de profunda alegria.

O Mestre convida um bêbado, Bartolomeu, um falso Milagreiro, Edson, e outros personagens a compor um grupo. Ele fala frases belas e de impacto: “O Ser morre quando deixa de se sentir importante”, “Não posso mudar o que fui, mas posso construir o que serei.”, “Toda mulher é bela. A beleza não pode ser padronizada.”

E o Mestre vira ídolo. Até que é revelado o passado do mestre. Mas, os ensinamentos são superiores ao homem que os proclama. Ou não são?

O vendedor de sonhos vende o velho sonho de ser livre - de eliminar padrões, fraquezas. Assuntos já tratados com excelência pelo filosofo e louco Nietzsche em “Assim falou Zaratustra”. Mas Nietzsche é radical. Ele acreditava que uma pessoa livre é sempre incompreendida, condenada à solidão. A solidão do super-homem.

O mestre da obra de Nietzsche fala no vazio. Alguns o escutam, mas ninguém o entende. O peso da solidão e da responsabilidade da própria vida assusta.

Cury, ao contrário, faz um personagem que é aceito e seguido por alguns e odiado por outros. Com seus discursos ele consegue seguidores. O vendedor de sonhos é um ser gregário. E sejamos honestos, esse personagem encanta, pois mantém o leitor dentro na zona de conforto.

O livro de Cury tem seu valor, pois critica à sociedade globalizada e desumanizada, esquecida de valores como compaixão, carinho e compreensão. A construção da narrativa é de obra de auto-ajuda, sem linguagem literária, fato que irrita aos amantes da literatura, mas que faz vibrar os amantes de livros de auto-ajuda. Lembremos que a obra já foi publicada em 50 países.

E o velho ditado permanece: É impossível agradar a todos.

Resenha de Isabel Furini publicada na coluna "Livros de Negócios" do ICNEWS.

Um comentário:

  1. Oi adorei.. muito obrigado, amei a maneira que vc usou para descrever essa resenha...me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda
    www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?
    www.buqui.com.br/ebook/reverso-604408.html

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