segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Como escrever um livro de crônicas


MÓDULO 1.

Serão analisadas as semelhanças e diferenças entre crônica e conto.
Assuntos que merecem uma crônica.
O gênero literário que revela o quotidiano.
A função do cronista.
Os segredos do gênero. O ritmo da escrita.

Duração duas semanas: terças, quintas e sextas-feiras.

Data: 18, 20, 21, 25, 27, 28 de outubro/11.

Horário: 18:30 as 20:30 horas.

Investimento: R$ 200,00.

Serão escolhidas as melhores crônicas para fazer parte de um livro.

A oficina será realizada no Estúdio Teix, Vicente Machado, 666. Curitiba.
e-mail: isabelfurini@hotmail.com

domingo, 25 de setembro de 2011

A LIÇÃO APROVEITADA – Modernismo e Cinema em Mário de Andrade

Quem gosta de cinema não só de assistir a filmes, mas de entender o fascínio que ele exerce sobre algumas cabeças brilhantes, como no caso de Mário de Andrade, vai deleitar-se com a leitura de “A Lição Aproveitada”, (Ateliê, 352 p., 2011), especialmente estudantes e profissionais das áreas de Letras, Cinema e Artes em geral, que desejem entender o início do cinema no Brasil e a influência que exerceu sobre a literatura.

João Manuel dos Santos Cunha, professor na Faculdade de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas, doutor em Literatura Comparada (UFRGS), pós-doutorado em Literatura e Cinema (Sorbonne-Nouvelle, Paris III), realizou uma longa pesquisa que revela o impacto que a narratologia cinematográfica exerceu sobre Mario de Andrade e seus contemporâneos. Mário de Andrade escreveu na revista Klaxon (N. 1, p. 2, maio de 1922): “A cinematografia é a criação artística mais representativa de nossa época. É preciso observar-lhe a lição.”

João Manuel dos Santos Cunha fez uma densa pesquisa e conseguiu organizá-la de maneira que a linguagem e a didática ficaram muito claras e agradáveis para o leitor. Ele segue os passos de Mário de Andrade e mostra também o caminho do cinema desde o seu início. É interessante conhecer a visão que Mário de Andrade foi desenvolvendo numa época em que o cinema era só visual, sem som e arte muda.
No começo dos anos trinta, iniciou-se o cinema falado. A genialidade de Mário de Andrade permitiu-lhe ver a potencialidade da voz narrativa cinematográfica, considerou-a “arte infante”, pois ele entendeu que essa arte se desenvolveria com o tempo.

Em 1915, O Nascimento de uma Nação, (The Birth of a Nation, Griffith, USA, 1915), coloca em cena um personagem que se converteria em símbolo do cinema. Esse personagem é Carlitos, de Charles Chaplin. Esse personagem foi considerado peça chave para a cinematografia avançar como arte narrativa.

Após o impacto da Semana da Arte de 1922, é lançada a revista Klaxon, para refletir sobre arte. Andrade tinha a capacidade de refletir sobre as manifestações culturais de sua época. Entre os modernistas, ele se destaca na produção de crítica cinematográfica, numa época em que essa crítica estava nascendo.

“Como intelectual lúcido que busca refletir sobre as manifestações da cultura de seu tempo, Mário vai abordar o cinema como crítico, a partir de sua experiência como espectador constante nas salas de cinema e como teórico da arte moderna, utilizando o cinema como um referencial, ‘a criação mais representativa’ de sua época.”

O professor João Manuel dos Santos Cunha afirma que aprender uma lição não é repeti-la, mas recriá-la. Carlitos foi um mestre do cinema, e aqueles que o admiravam, como Mário de Andrade, entenderam e recriaram a visão narratologica desse personagem. Mário não era favorável à copia, aos artifícios, mas procurava a vida, o ser do personagem. Para ele, romance e cinema tinham suas próprias vozes.

O autor revela-nos um Mário de Andrade muito humano, um homem com visão de futuro, que entendeu a capacidade do cinema de contar histórias. E esse é também o objetivo do romance, contar uma história, mas romance e cinema têm linguagens, técnicas e meios diferentes.

Mario de Andrade argumentou contra o fato de forçar a “intenção da modernidade em detrimento da observação da realidade”. E a literatura, o cinema, a pintura e a escultura exigem observação do mundo, pois falam da realidade humana.

O livro “A Lição Aproveitada” leva-nos pelo mundo da literatura e do cinema e ajuda-nos a conhecer melhor a visão de Mário de Andrade. Vale a pena conferir.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Batepapo de escritoras


Ontem, na Casa da cultura Polônia Brasil, em Curitiba, Adélia Woellner, poeta e escritora, Marilza Conceição, escritora de livors infantis, e eu, convidadas pela artista plástica Márcia Zséliga, falamos um pouco sobre criação literária. Presente, a lembrança de Helena Kolody de quem Adélia foi grande amiga, além de colega da Academia de Letras.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

RESENHA: MINDA-AU


Márcio Renato dos Santos é jornalista e mestre em Estudos Literários pela UFPR, faz parte da equipe do jornal literário Rascunho, fundado em 2001, em Curitiba, pelo jornalista Rogério Pereira.

Conheci Márcio Renato em 2006, quando ministrou uma palestra para a turma da Oficina de criação literária, que oriento no Solar do Rosário. Na época o Márcio havia escrito mais de 600 contos, porém ainda não queria publicá-los. Disse que esperaria até sentir que eles estivessem completamente aprimorados. Essa atitude é muito difícil de encontrar, pois nós escritores somos, geralmente, pessoas muito ansiosas e ainda com o agravante de termos compulsão por publicar. Nesse sentido, Márcio Renato dos Santos revelou uma paciência zen. Atualmente, ele já escreveu mais de 700 contos e decidiu publicar seu primeiro livro. Escolheu 7 trabalhos de seu arsenal, ou seja, 1% dos contos que escreveu, e dessa maneira nasceu a obra Minda-Au (Márcio Renato dos Santos, Ed. Record, 2010, 80 páginas).

O nome Minda-Au evoca um fato de sua vida, era uma criança de um pouco mais de um ano de idade, um dia, gatinhando pela casa, viu um quadro de um dromedário e falou: Minda-Au. Quando recebemos essa informação, o título do livro, a principio estranho, revela o seu valor. O ser humano antes de adquirir a linguagem materna tem sua própria linguagem. “Ninguém entende o que o nenê disse”, desesperam-se as mães. É isso. É a linguagem particular, a torre de Babel que separa os seres humanos. E se todo escritor procura a sua própria linguagem, sua própria voz, nada melhor do que Minda-Au para evocar esse orbe inteligível do eu, onde se misturam lembranças, imagens, sons, emoções, pensamentos, ideias, essa torrente que circula no mundo subjetivo de Márcio Renato dos Santos. Na minha opinião, quando o escritor intitulou Minda-Au ao seu primeiro livro, ele escolheu muito mais do que um título, escolheu ser fiel a si mesmo.

As histórias acontecem em Curitiba, cidade muito carismática, e um pouco desse carisma pula dos contos e apodera-se das retinas dos leitores.
Em “Teletransporte nº 2”, o personagem não sabe se está acordado ou sonhando, enquanto dirige um carro desgovernado. Renato disse que nesse trabalho fez “uma metáfora da própria vida, pois não temos controle sobre nossa trajetória no mundo”. E não temos mesmo! Talvez por isso os gregos imaginavam as Parcas tecendo a vida humana.

"A guitarra de Jerez”, um dos mais belos contos do livro, inicia com uma negação: “Nunca toquei a guitarra que está na sala do meu apartamento. Ninguém mexeu nela. As pessoas que me visitam não tiram os olhos. Músicos desejam manuseá-la. Crianças querem tocar. Não deixo.” (...)

As frases curtas marcam o ritmo, e esse “Não deixo” aguça a curiosidade do leitor. Por que ninguém pode tocar esse belo instrumento?
Márcio Renato dos Santos nos leva por caminhos sinuosos e inesperados. Esse é o primeiro livro de um experiente contista. Vale a pena conferir.

Resenha publicada no ICNews em maio/11.

domingo, 4 de setembro de 2011

Entrevistado Marcelo Mirisola




Você gosta de irreverência? De honestidade? Gosta de esculachar os padrões sociais e literários? Então você precisa conhecer o nosso entrevistado de hoje, o escritor Marcelo Mirisola.

Marcelo nasceu em São Paulo, em 1966, formou-se em direito, e é autor de contos, crônicas e romances politicamente incorretos. Algumas de suas obras: ]Fátima fez os pés para mostrar na choperia(1998).O herói devolvido(2000), Bangalô (2003), Proibidão (2008), Animais em extinção (2008) e outros.

1. Soube de um curso ministrado em São Paulo, cuja proposta é ensinar aos escritores a vestir-se, falar e ter postura de escritores. Para ser escritor é suficiente escrever ou é preciso cultivar uma imagem?...

R. Aposto que eles também ensinam a elaborar planilhas& projetos pra Petrobrás e pra Funarte. Porque, na cabeça dessa gente, o escritor tem que ter um projeto antes de tudo, e também deve fazer muitas pesquisas. Como é que um cara vai escrever um livro sem ter um cronograma, né? Nesse diapasão, os alunos devem aprender a puxar o saco de colunistas sociais disfarçados de críticos literários e aprendem a desfilar de chapéu panamá nas ruas da Flip. O que mais? Imagino que eles aprendem a fazer trocadilhos no tuíter e também deve ter uma matéria que ensina a equilibrar bolas coloridas no focinho e outra matéria que ensina a distrair madames deslumbradas e carentes na Casa do Saber. Pra que escrever, se é mais fácil ficar de quatro e gozar pelo ânus?

2. Susana Vieira (artista global sexagenária, mas sem experiência na área de letras) foi convidada por uma revista para publicar crônicas enquanto bons escritores são ignorados. Na sua opinião o que é mais importante, o nome famoso ou o texto?

R. Pelo menos a Susana Vieira é uma nulidade autêntica. Não precisa ficar fazendo pose de escritora. Sob esse aspecto, ela tem muito a dizer. Ela é uma mulher que freqüenta outras Mercearias São Pedro, entende?

3. É possível que escritores esculhambados pela crítica como Paulo Coelho consigam reconhecimento digamos... no século XXII?

R. Reconhecimento de quem? Do Portugal Telecom? Do Jabuti? Do Daniel Piza? Dos professores da Unicamp? Da revista Bravo!? Paulo Coelho pode ser ruim, pode ser um charlatão. Mesmo assim, ele não precisa dessas merdas. Aliás, nenhum escritor (nem o Paulo Coelho) devia se abalar com prêmios nem com a critica literária brasileira. Essas "instituições" são uma piada. A lógica de funcionamento deles é o fisiologismo, essa gente é podre e comprometida. São fichas sujas. Antes, eu me sentia injustiçado por ter ficado de fora dos prêmios e editais. Hoje, me sinto envergonhado pelo fato de ser escritor no Brasil.

4. Como você vê o futuro da literatura em Curitiba, no Brasil e no mundo?

R. Se Kafka e Borges fossem curitibanos e publicassem hoje, ainda assim, o futuro da literatura de Curitiba seria Paulo Leminski e Dalton Trevisan. Vale a mesma coisa para o estado do Paraná, para o resto do Brasil e para o mundo.

5. Se você fosse abandonado numa ilha deserta, mas tivesse a possibilidade de levar cinco livros com você. Quais seriam esses livros?

R. Tá maluca? Já não bastaria o isolamento natural? Pra que outro isolamento artificial? Não levaria livro nenhum.


sábado, 3 de setembro de 2011

O VENDEDOR DE LIVROS


Milton Assumpção é conhecido no mercado nacional e internacional de livros como um dos mais importantes experts em marketing. Sua obra “O Vendedor de Livros (M. Books, 178 p., 2011) é útil para os profissionais do livro, seja para novos escritores que querem conhecer a área editorial quanto para vendedores, editores, publicitários e outros.

Na primeira parte, o autor conta com objetividade sua trajetória profissional. Conhecemos o início de sua carreira como executivo internacional da McGraw-Hill no Brasil e em Portugal, a criação de sua própria editora, Makron Books, e a sua venda para a Pearson. Milton tem o espírito do empreendedor e criou uma nova editora, a M. Books. Sua história é contada através dos lançamentos de livros, das séries e linhas editoriais, enfatizando as ações estratégicas de marketing utilizadas com um único objetivo: vender.

Na segunda parte do livro, Milton Assumpção comenta sobre situações de marketing - experiências vividas na prática em sua carreira editorial. Nestes casos, o leitor conhecerá as ferramentas de marketing utilizadas, as estratégias, os objetivos e, principalmente, os resultados reais conquistados. O autor ensina a entender o público alvo e a dar visibilidade a uma obra.
O Vendedor de Livros é definitivamente um texto de marketing com objetivos definidos em vendas. É possível aplicar as ideias desse livro, isso empolga os leitores.

Resenha publicada na coluna Livros de Negócios de Isabel Furini, ICNews.
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