segunda-feira, 12 de março de 2012

AS EMOÇÕES QUE O VINHO DESPERTA


Os enólogos vão curtir este livro de Fábio Antonio Filipini, “Do vinho as emoções”, (Editora Caravansarai, 2010, 125 p.). É difícil determinar o gênero literário, simplesmente porque é o vinho, o seu sabor, sua cor, seu corpo, que são apresentados nessas páginas. Mas o autor considera que são crônicas sobre o vinho e, como esse gênero é muito amplo e admite o ponto de vista, consideramos que a obra é composta de crônicas lírico-reflexivas.

O engenheiro Filipini, que já escreveu livros técnicos, participou de um curso sobre vinhos no Centro Europeu de Curitiba e decidiu escrever um livro sem seguir uma metodologia determinada. As ideias vão e voltam. Surgem dessa maneira frases poéticas inspiradas no vinho. Por exemplo, a página A complexidade termina com a seguinte frase: “Apreciar o complexo não tem nexo, é de ficar perplexo”. Já no texto “Maduro”, termina com a frase: “Seja maduro, não tão duro, não fique em cima do muro”.

Podemos ver que o texto vai fluindo como o vinho, ora é reflexivo, ora poético. Filipini escreve: “O vinho é uma criança, vive sem dúvida na mente pela eternidade. Por sua composição física, o vinho é. No vinho não existe dúvida de verdade.” O trabalho gráfico é de alta qualidade, os quadros escolhidos para ilustrar cada um dos textos são de notável excelência.


Na crônica O processo, lemos “O vinho é o catalisador do viver”. Os apreciadores de vinho que gostam de prosa poética com reflexões disseminadas ao longo das páginas poderão perceber a beleza dessa obra. Um conselho: é bom ler enquanto se está degustando um tinto leve ou um branco encorpado, talvez um espumante ou um frisante, um rosé ou outro que o leitor aprecie. Pois o livro “Do vinho as emoções” é isso mesmo, uma configuração poética-reflexiva do ato de beber e apreciar vinhos.

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