domingo, 18 de dezembro de 2011

CIBERCULTURA, de Pierre Lévy





Você acha que se comunicar é transmitir ou receber uma mensagem? Para o filósofo Pierre Lévy, comunicar-se é muito mais do que isso. Comunicar é partilhar o sentido. Um contexto comum, uma cultura, uma história, uma experiência. Comunicar não é só transmitir uma mensagem. Comunicação é alguma coisa que se constrói.

Em seu livro “Cibercultura” (editora 34, 272 p., 2010), Lévy chama a atenção para o fato de que hoje, no “ciberespaço”, dezenas de milhares de comunidades virtuais comunicam os seus conhecimentos. Estamos vivendo na “cibercultura”, compartilhando um novo espaço mundial, pois a base da sociabilidade não é mais territorial e isso pode ser visto em atitudes simples. Você sobe no elevador e seu vizinho prefere olhar o teto a não ter que dizer “bom dia”. Uma pessoa pode se sentir mais próxima dos membros de sua comunidade virtual do que de seu vizinho do bairro.

A palavra “ciberespaço” foi inventada em 1984 por William Gibson em seu romance de ficção científica “Neuromancer”. Lévy define o ciberespaço como o espaço criado pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores. Uma das primeiras funções do ciberespaço é o acesso a distância aos diversos recursos de um computador. Por exemplo, com um pequeno computador pessoal é possível conectar-se a um enorme computador situado a milhares de quilômetros.

Esse “ciberespaço” gera uma “cibercultura”. A internet permite a troca de mensagens, e-mail, conferências eletrônicas, cursos, comunidades virtuais.

Lévy usa uma metáfora. Uma comunidade é como uma árvore, e a árvore mostra o conjunto de conhecimentos dessa coletividade. É um mapa dinâmico. Uma coletividade aparece como um espaço de conhecimento. Dentro dele, as pessoas se perguntam: Onde estou nessa árvore de conhecimento? O que posso ensinar? O que podem ensinar-me? No livro o autor esclarece: “A organização do saber expressa por uma árvore é fixada para sempre: ela reflete a experiência coletiva de um grupo humano e vai, portanto, evoluir com essa experiência”.

Os livros de Lévy se caracterizam pela profundidade da abordagem. É preciso mergulhar fundo para entender a abrangência dos conceitos desse filósofo que fez doutorado na Sorbonne, França, e trabalha como titular da cadeira de pesquisa em Inteligência Coletiva numa universidade do Canadá. Seu livro “Cibercultura” não é de fácil compreensão, mas é um prato cheio para quem quiser entender um pouco mais das transformações que o mundo está vivendo. Especialmente como essas transformações nos atingem de maneira individual e coletiva.
Vale a pena conferir!

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