quarta-feira, 27 de julho de 2011

RESENHA: De doze em doze horas







Esse livro de poemas de Alexandre França (editora 1801, 2010, 120 páginas) nos convida para observar a passagem das horas com os olhos do poeta. A subjetividade nos permite ver ambientes, pessoas, a própria cidade de um ponto de vista diferente: “ à noite mergulhar no fim mudo da linguagem, /modelar ruma raça...”.

A poesia de Alexandre França é moderna e imprevisível. Foge dos moldes, dos padrões. França nos leva por caminhos desconhecidos, abre diante de nossos olhos um mundo ignorado, uma dimensão poética que seduz pela beleza e assusta pela crueldade de alguns assuntos que aborda com singularidade. Vejamos o poema Moradia:
há uma cidade
no meu travesseiro,
um estado
embaixo da cama,
um país
entre a janela e a veneziana,
um mundo
num porta-retratos.
e você,
onde mora
aqui dentro
de casa?

Márcio Mattana enfatiza: “Embora Alexandre França nos ofereça um ciclo completo de manhã, tarde e noite, há sempre uma sensação meio noturna a brotar de seus versos. A manhã se mistura à madrugada e quase tudo é vivido dentro de quartos e salas, oscilando entre o sono e a insônia: “Há sempre alguém acordado por você”.

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