terça-feira, 10 de maio de 2011

A POESIA ESTÁ MORTA?













A maioria das pessoas gosta de escrever poesia, não é verdade?



Ao menos em uma época da vida, na adolescência , nos momentos de solidão ou de tristeza, escrever poemas faz tanto bem para nossas almas! Para muitos, a poesia é como uma amiga secreta, a gente tem medo de mostrar o que escreve, pois os outros podem rir ou dizer: Li no jornal que estão procurando o assassino da Musa da Poesia,e vejo que o criminoso é você mesmo.


Há muitos anos levei um livro de poemas para um editor. Ele nem olhou, e disse: “Não edito poesia. Poesia tem mais autores que leitores”.


Realmente, o mercado de poesia é pequeno. Mínimo, diríamos. Até aqueles que escrevem poesia raramente adquirem livros de outros poetas. Por quê? Não sabemos. Uma amiga comentou que a maioria dos livros de poesia é ruim, então, ela só adquire livros de poetas já consagrados, porém “quem não arrisca não petisca”.


Milhares de poetas escrevem e bancam a edição de seus livros. Depois de pisar nas nuvens, caem na triste realidade. Como é difícil vender livros de poesia! São livros que encalham, disse-me um vendedor de uma grande livraria de Curitiba. E o pior é que encalham mesmo.


Conheço poetas que dão seus livros de presente. Algumas pessoas agradecem, manuseiam um pouco o livro na presença do autor, elogiam e guardam na prateleira sem ler. Às vezes, esses livros presenteados terminam no sebo, outros têm fim desconhecido. Isso porque as livrarias de usados estão abarrotadas de livros de poemas. A maioria dos sebos não aceita, não compra nem troca livros de poemas.


Mas você e eu, que amamos a poesia, talvez devêssemos ajudar – segundo nossas possibilidades, aos novos autores. Eu adquiri um livro de Poemas de José Luis Carvalho, O Sol do Sonho, na Fundação Cultural de Curitiba, como narrei na crônica publicada neste Portal, intitulada A Tribo dos poetas. E tive uma surpresa maravilhosa. Amei os poemas com suas imagens quebradas e metáforas originais.


Afinal, o desespero de novos poetas investirem em suas próprias obras demonstra que a poesia não está morta, ao contrário, está viva, forte e renovada. Uma musa sempre bela!
E livrinhos de poesia são, em geral, tão baratinhos! Eu decidi adquirir um ou dois livros de poemas por mês, para dar uma chance a esses novos poetas. Talvez meu pequeno gesto ajude alguém talentoso, talvez... Nunca se sabe.

Um comentário:

  1. Das artes a poesia é a mais rara, dizia Fernando Pessoa, e é bem isso o que acontece, conta-se nos dedos os bons autores de poesia, pelo menos os conhecidos vivos, desconhecidos não se sabe o número, mortos consagrados não chegam a uma centena, na verdade o publico tem razão quando afirma que tem muitos autores e pouca poesia que desperte interesse, daí o desprezo com esse genero, eu sou um poeta e vivo às voltas com gente que nunca escreveu um verso original,isso depõe contra a poesia, as pessoas perderam o bom senso, escrúpulo ou são sonhadoras na pior acepção da palavra, o meu trabalho poético se vê prejudicado por esse declínio vertiginoso da palavra no campo da poesia, sempre esperam o pior se me apresento como tal,é como disse um filósofo inglês: "Poesia são as melhores palavras em sua melhor ordem".

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