Crônica é um texto curto, uma reflexão sobre acontecimentos, palavras, imagens. Uma reflexão sobre a vida. Pode focar o homem e suas escolhas, relacionamentos, atitudes, gestos, palavras e ações. A crônica já foi chamada de gênero aberto, despojado, arrojado, irreverente, invasivo, fofoqueiro e até safado.
A matéria de jornal informa os fatos que acontecem no dia, ou nos últimos dias, enquanto a crônica é o olhar sobre o fato, é a reflexão, é a leitura de fatos sob um ponto de vista pessoal. Então, já vamos descobrindo quem tem vocação para o gênero, quem gosta de opinar, de comentar, de questionar.
Caracteriza-se pela oralidade da linguagem, por isso precisa de certa sensibilidade para não cair nas frases grosseiras, pois grosseria não faz parte desse gênero. A crônica exige sutileza.
Para escrever uma boa crônica, os comentários, a visão original, a frase inesperada, a poesia e a estética precisam estar presentes. O escritor tem a necessidade de comunicar sua visão do mundo, mas deve fazê-lo com arte.
Poesia e estética dão asas ao texto – que às vezes parece voar, ou cair na realidade que se esconde além das palavras. Se você escrever um texto que, entre risos, sorrisos ou reflexões, consiga voar, mas sem ter as asas transparentes, nem rima, nem a linguagem abstrata dos poemas, poderá chamar isso de crônica.
A crônica sai do jornal e se torna literatura. Literatura mesmo? Literatura, às vezes considerada um gênero menor, digamos, a caçula das obras literárias. O ritmo, as metáforas, as palavras de impacto, as imagens, a visão pessoal e a frase ou o feche inesperado fortalecem a crônica.
Isabel Furini é escritora e poeta premiada.
Olá, essa é a melhor explicação que eu encontri até agora sobre o que é crônica. Quando decidi que gostaria de iniciar escrever crônicas, fui ler sobre como escrever, o que é, como se faz a crônica, pois não podemos começar a despejar as palavras ao vento, e essa explicação sua, foi muito importante. Obrigado.
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