Quando a emissora abriu, já havia uma fila de milhares de palavras. As arrogantes empurravam, e as tímidas, acovardadas, cediam os seus lugares. Algumas palavras eram boas, mas também havia palavras ruins. Algumas eram difamatórias, e outras, grosseiras.
A fila foi andando. A última palavra, cabisbaixa, apoiou-se na porta.
– Pode entrar – falou o porteiro.
– Para que? Ninguém se lembra de mim.
– Neste lugar inspirarás poetas, participarás de diálogos e discursos. Ressurgiras!
A palavra fraternidade entrou e propagou-se pelo mundo.
Isabel Furini é escritora e poeta premiada, autora de "O Livro do Escritor" da editora Instituto Memória.
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