Magda R. Martín é romancista e também escreve contos para crianças. Na entrevista conseguimos entender um pouco o processo criativo que ela segue:
1) Magda, os contos publicados na revista ZJ 2.0 da Espanha, sob o pseudônimo de Vovó Xanino, são um sucesso. Conte-nos, qual é a chave para comunicar-se com o público infantil?
Tento entrar na mente da criança lembrando-me da minha própria infância. A mente infantil não percebe diferença entre os fatos dos quais nós, os humanos, participamos e os que podem viver os animais de qualquer espécie. A sua imaginação é rica e flexível, por isso compreende de maneira natural, com os mesmos programas, o traslado de sucesso de nossa vida quotidiana a uma vida animal. Daí o êxito de tantos contos com animaizinhos humanizados.
Tento entrar na mente da criança lembrando-me da minha própria infância. A mente infantil não percebe diferença entre os fatos dos quais nós, os humanos, participamos e os que podem viver os animais de qualquer espécie. A sua imaginação é rica e flexível, por isso compreende de maneira natural, com os mesmos programas, o traslado de sucesso de nossa vida quotidiana a uma vida animal. Daí o êxito de tantos contos com animaizinhos humanizados.
2) Como surgiu o pseudônimo de "Abuela Xanino", Vovó Xanino?
De uma maneira muito simples. Eu sou pouco hábil para encontrar títulos e pseudônimos e quando estava escrevendo a novela EL PIANO DE COLA, no fragmento no qual são citadas as "Xanas" asturianas (assim nomeiam as fadas dos rios na Astúrias), alguns amigos chamaram-me para participar de um foro literário. Como devia dar-me a conhecer mediante um pseudônimo, não pensei muito, escolhi "Xanino", que é o nome que se dá aos filhos das Xanas. Fazer-me chamar Xana me parecia demasiada pretensão. E com esse apelativo fiquei conhecida, logo, a causa de minha idade, já cumpri 77 anos, começaram a me conhecer como "Vovó Xanino", e assim permaneceu.
De uma maneira muito simples. Eu sou pouco hábil para encontrar títulos e pseudônimos e quando estava escrevendo a novela EL PIANO DE COLA, no fragmento no qual são citadas as "Xanas" asturianas (assim nomeiam as fadas dos rios na Astúrias), alguns amigos chamaram-me para participar de um foro literário. Como devia dar-me a conhecer mediante um pseudônimo, não pensei muito, escolhi "Xanino", que é o nome que se dá aos filhos das Xanas. Fazer-me chamar Xana me parecia demasiada pretensão. E com esse apelativo fiquei conhecida, logo, a causa de minha idade, já cumpri 77 anos, começaram a me conhecer como "Vovó Xanino", e assim permaneceu.
3) Qual é a sua rotina, em que horário você escreve?
Sou pouco notívaga e muito madrugadora, gosto de escrever durante as primeiras horas da manhã, quando, ainda, está tudo quieto, em silêncio. Mas se a inspiração surgir a qualquer outra hora do dia, eu aproveito. Inclusas algumas noites em que fico desvelada (fico com insônia) e, então, se surgir uma ideia, uma cena que possa ser interessante, se escrevo um texto, escrevo-o em um bloco que sempre tenho no criado-mudo, se por acaso as Musas se dignam visitar-me nessas horas.
Sou pouco notívaga e muito madrugadora, gosto de escrever durante as primeiras horas da manhã, quando, ainda, está tudo quieto, em silêncio. Mas se a inspiração surgir a qualquer outra hora do dia, eu aproveito. Inclusas algumas noites em que fico desvelada (fico com insônia) e, então, se surgir uma ideia, uma cena que possa ser interessante, se escrevo um texto, escrevo-o em um bloco que sempre tenho no criado-mudo, se por acaso as Musas se dignam visitar-me nessas horas.
4) Prefere escrever para adultos ou para o público infantil?
Gosto de escrever para ambos. Desfruto muito plasmando sentimentos profundos em uma historia novela, acho que isso é muito meu, muito pessoal. Não obstante, me houvera gostado de ser uma boa escritora de contos infantis, acho que é um gênero literário bastante difícil de conseguir. As crianças são muito inteligentes, não podemos menosprezá-las, sabem muito bem o que desejam e gosto muito de chegar a seus corações. É muito gratificante ver como elas riem ou se emocionam quando lhes esclarecemos assuntos ou quando realizam leituras de um conto. Eu sou avó de quatro netos.
Gosto de escrever para ambos. Desfruto muito plasmando sentimentos profundos em uma historia novela, acho que isso é muito meu, muito pessoal. Não obstante, me houvera gostado de ser uma boa escritora de contos infantis, acho que é um gênero literário bastante difícil de conseguir. As crianças são muito inteligentes, não podemos menosprezá-las, sabem muito bem o que desejam e gosto muito de chegar a seus corações. É muito gratificante ver como elas riem ou se emocionam quando lhes esclarecemos assuntos ou quando realizam leituras de um conto. Eu sou avó de quatro netos.
5) Em que ano começou a escrever? Seu estilo mudou com o tempo ou manteve o mesmo estilo?
Acredito que nós, as pessoas que gostamos de escrever, não podemos determinar uma data concreta de nossos começos. Temos escrito sempre. Considero a arte da escrita como um dom com o qual se nasce (logo se pode ampliar e melhorar com os conhecimentos adquiridos), portanto, sempre estão aí. Sim, lembro que o primeiro conto que escrevi foi aos 9 ou 10 anos e o dei de presente para minha mãe. Nele dava vida a duas baratinhas que falavam entre si. Lamentavelmente não sei onde ficou esse conto, perdeu-se. Logo, ao longo do tempo, segui escrevendo "para mim", uma vez escrito e lido, tudo ia parar no cesto de lixo, nunca me considerei uma escritora capaz, sentia muita vergonha de que alguém soubesse que eu gostava de escrever, não dava valor a meus escritos ainda que, durante meus tempos de estudante, me destacava nas aulas de literatura. Quando eram organizados concursos, geralmente eu ganhava o prêmio. Logo a vida, meu casamento e o cuidado de meus sete filhos afastaram-me um pouco da escrita, ainda que não me afastassem da leitura, tenho lido sempre. O detonador de minha volta à escrita foi a morte de minha mãe no ano de 1990. Escrevi um conto em sua memória, que enviei a cada um de meus irmãos, sem êxito, claro, somente como uma lembrança. Posteriormente, com o falecimento de meu esposo no ano 1992 e com os filhos já crescidos, tive tempo livre para me dedicar à escrita. Naquela época, assisti a uma oficina de escrita para aperfeiçoar um pouco o meu estilo e desde então pratiquei e sigo praticando e aprendendo.Meu estilo creio que sempre foi a narrativa, gosto de narrar, acho que vou melhorando (e isso espero) não mudando.
Acredito que nós, as pessoas que gostamos de escrever, não podemos determinar uma data concreta de nossos começos. Temos escrito sempre. Considero a arte da escrita como um dom com o qual se nasce (logo se pode ampliar e melhorar com os conhecimentos adquiridos), portanto, sempre estão aí. Sim, lembro que o primeiro conto que escrevi foi aos 9 ou 10 anos e o dei de presente para minha mãe. Nele dava vida a duas baratinhas que falavam entre si. Lamentavelmente não sei onde ficou esse conto, perdeu-se. Logo, ao longo do tempo, segui escrevendo "para mim", uma vez escrito e lido, tudo ia parar no cesto de lixo, nunca me considerei uma escritora capaz, sentia muita vergonha de que alguém soubesse que eu gostava de escrever, não dava valor a meus escritos ainda que, durante meus tempos de estudante, me destacava nas aulas de literatura. Quando eram organizados concursos, geralmente eu ganhava o prêmio. Logo a vida, meu casamento e o cuidado de meus sete filhos afastaram-me um pouco da escrita, ainda que não me afastassem da leitura, tenho lido sempre. O detonador de minha volta à escrita foi a morte de minha mãe no ano de 1990. Escrevi um conto em sua memória, que enviei a cada um de meus irmãos, sem êxito, claro, somente como uma lembrança. Posteriormente, com o falecimento de meu esposo no ano 1992 e com os filhos já crescidos, tive tempo livre para me dedicar à escrita. Naquela época, assisti a uma oficina de escrita para aperfeiçoar um pouco o meu estilo e desde então pratiquei e sigo praticando e aprendendo.Meu estilo creio que sempre foi a narrativa, gosto de narrar, acho que vou melhorando (e isso espero) não mudando.
6) Quais são os seus livros preferidos?
Gosto de todos os que sejam de narrativa, as biografias e as novelas históricas. Logo, qualquer tema interessante ou que se destaque no momento. Não dou títulos porque gosto e já gostei de tantos que não posso escolher um título determinado. Impactou-me bastante uma novela intitulada "Los que vivimos" de Ayn Rand, o "Sinuhé o Egipcio" de Mika Valtari, etc. Não posso escolher, são demasiados. Na atualidade há tantos escritores que é muito difícil encontrar um bom escritor. Acho que antes, tempos atrás, havia melhor literatura que na atualidade. Peço perdão, sinto muito, mas é a minha opinião.
Gosto de todos os que sejam de narrativa, as biografias e as novelas históricas. Logo, qualquer tema interessante ou que se destaque no momento. Não dou títulos porque gosto e já gostei de tantos que não posso escolher um título determinado. Impactou-me bastante uma novela intitulada "Los que vivimos" de Ayn Rand, o "Sinuhé o Egipcio" de Mika Valtari, etc. Não posso escolher, são demasiados. Na atualidade há tantos escritores que é muito difícil encontrar um bom escritor. Acho que antes, tempos atrás, havia melhor literatura que na atualidade. Peço perdão, sinto muito, mas é a minha opinião.
7) Fale um pouco de seu novo livro "El piano de cola" (O piano de cauda).
É um livro não muito longo (não costumo escrever historias longas) que comecei há dois ou três anos e ficou numa gaveta só com as primeiras páginas escritas, esperando tempos melhores, até que um dia eu falei: Daqui se pode criar uma terna história, e comecei a trabalhar. Como quase tudo que escrevo, relatam-se acontecimentos da vida quotidiana, feitos que podiam acontecer a qualquer um de nós em igualdade de circunstâncias. Sucessos correntes da vida. Além de narrar os acontecimentos ou circunstâncias em si, gosto de explicar e intento expor em letras com a maior claridade possível todos os sentimentos que os personagens sofrem, e isso é muito difícil porque os sentimentos, como muito bem fala a palavra, se sentem, mas não existe uma palavra determinada para descrever um sentimento, então, o escritor deve fazer uma unidade com o personagem e, dentro do contexto da história, fazer chegar esse sentir do protagonista ao sentimento do leitor. É algo como ter que escrever entre linhas, coisa que o leitor deve captar.
É um livro não muito longo (não costumo escrever historias longas) que comecei há dois ou três anos e ficou numa gaveta só com as primeiras páginas escritas, esperando tempos melhores, até que um dia eu falei: Daqui se pode criar uma terna história, e comecei a trabalhar. Como quase tudo que escrevo, relatam-se acontecimentos da vida quotidiana, feitos que podiam acontecer a qualquer um de nós em igualdade de circunstâncias. Sucessos correntes da vida. Além de narrar os acontecimentos ou circunstâncias em si, gosto de explicar e intento expor em letras com a maior claridade possível todos os sentimentos que os personagens sofrem, e isso é muito difícil porque os sentimentos, como muito bem fala a palavra, se sentem, mas não existe uma palavra determinada para descrever um sentimento, então, o escritor deve fazer uma unidade com o personagem e, dentro do contexto da história, fazer chegar esse sentir do protagonista ao sentimento do leitor. É algo como ter que escrever entre linhas, coisa que o leitor deve captar.
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