Ao
receber COLCHA DE RETALHOS, o excelente livro de Rodrigo Domit, minha primeira
impressão foi de desagrado. Havia visto a capa em alguns blogues e imaginei que
o tamanho do livro fosse maior. Não sou muito chegada a livros de bolso por
causa da miopia, gosto de livros grandes com letras grandes. Mas essa primeira
impressão se desfez rapidamente. O livro revela um jovem escritor com um
trabalho bem amadurecido, como escreve na contracapa o editor e jornalista
Daniel Russel Ribas: “Narrativas que lembram em um instante do que é feita a
boa literatura”.
A obra é
de minicontos – talvez foi por isso que o autor escolheu tamanho pequeno para o
livro. Mas à medida que vamos lendo, percebemos que de pequeno só tem mesmo o
tamanho. Esse livro é um gigante em ideias. Em poucas palavras, Domit consegue
costurar retalhos diferentes: filosofar sobre o mundo, criticar os erros da
civilização contemporânea, ironizar os pequenos atos, lembrar um beijo que não
sabe se foi dado por consolo ou por vingança.
O conto
Criminoso, por exemplo, vale por várias cátedras de análise da sociedade. Na
continuação o miniconto Embriagado: “Todas as coisas e ideias tendiam para a
esquerda. Depois, inclinaram-se um bom tanto para a direita. Então, rolaram
para o centro e por ali ficaram, no equilíbrio frágil de uma mesa de boteco. O
álcool e a política têm efeitos semelhantes”.
Contato com o autor: rodrigodomit@gmail.com
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